O próximo domingo (26) é a
último dia para visitar a exposição "Rubem Braga - O Fazendeiro do
Ar" no Palácio Anchieta, em Vitória. Aberta no
final do último mês de março, a mostra apresenta a grandiosidade de um dos
filhos mais respeitados das terras capixabas e faz parte das comemorações do
seu centenário. A exposição já contou com cerca 20 mil visitantes. A entrada é
franca.
Na exposição, é possível
interagir com textos, documentos, correspondências, desenhos, pinturas,
fotografias, objetos, depoimentos em vídeos e publicações, e mergulhar no
universo deste escritor, nascido em Cachoeiro de Itapemirim que elevou a
crônica à potência máxima na literatura. A mostra é uma realização do Governo
do Espírito Santo, por meio de suas secretarias de Estado da Cultura e da
Educação, e do Ministério da Cultura.
Estrutura da exposição
"Rubem Braga - O
Fazendeiro do Ar" é dividida em módulos temáticos: Capital Secreta do
Mundo, Retratos, Redação, Guerra (foto ao lado), Passarinhos, Musa e Cobertura,
que abordarão sua infância em Cachoeiro de Itapemirim; o dia a dia em jornais
como redator, repórter político e também de artes plásticas; sua ação como
correspondente de Guerra na Itália; sua paixão por passarinhos, tema recorrente
de seus textos; as mulheres, representadas na exposição pela figura de Tônia
Carrero, sua musa máxima; e sua lendária cobertura em Ipanema, no Rio, um
pedaço do mundo rural em plena selva urbana, com pomar e passarinhos.
Rubem Braga morreu no Rio, em 19 de dezembro de 1990.
Cada um desses espaços tem
uma concepção visual de modo a provocar no espectador a ideia de imersão no
universo ali retratado. Assim, na sala Retratos, imagens do escritor, em
diversas épocas de sua vida, ocupam uma parede. Em Capital Secreta do
Mundo há dez caixas suspensas, que ao serem abertas revelam textos, documentos
e fotos.
Em Redação, reproduções de
páginas de jornal cobrem paredes e chão, e dez mesas, típicas das existentes
dos jornais da época, trazem um tema cada um, que pode ser explorado pelo
espectador a partir de tablets acoplados a antigas máquinas de escrever, como
se fossem folhas de papel. As mesas temáticas, que mostram suas várias facetas,
atividades e interesses, são: Espírito Santo, Manchete, Diplomata, O andarilho,
Homem de televisão, Editor, Repórter, Escritor, Arte, O homem Rubem Braga.
No espaço Guerra, em uma
mesa estão dez telefones antigos, típicos dos anos 1940, que ao serem tirados
do gancho, tocam músicas, jingles, trechos de programas de rádio e noticiário
ouvidos na época da Segunda Guerra Mundial. E, pendurados no teto, aviões de
papel, feitos na técnica japonesa de dobradura, o origami.
Em Passarinhos (Foto ao
lado), uma câmera capta a imagem do visitante e a reproduz na parede, onde
projeções de passarinhos interagem com a sombra do espectador. Na sala Musa,
frases de textos do cronista que mencionam as mulheres estão plotados na parede
sobre uma imagem ampliada da atriz Tônia Carrero.
E, no último espaço,
Cobertura, foi recriada a sua famosa cobertura de Rubem Braga, palco de
reuniões memoráveis com amigos artistas e intelectuais. Nela, é possível
assistir a depoimentos em vídeo de Ziraldo, Zuenir Ventura, Ana Maria Machado,
Danuza Leão, Fernanda Montenegro, dentre outros.
Concepção
A curadoria da exposição é
de Joaquim Ferreira dos Santos - ele próprio escritor, jornalista e cronista -,
que mergulhou nos arquivos integralmente cedidos pela família de Rubem Braga
para traçar o fascinante percurso da exposição. O projeto cenográfico é de
Felipe Tassara. A concepção e produção do projeto são do Instituto de Inovação
do Estado e da Sociedade (IIES)
A exposição conta com a
parceria do Instituto Sincades e com o apoio institucional da Fundação Casa Rui
Barbosa e da Prefeitura Municipal de Cachoeiro de Itapemirim. O Instituto
Peabirus também é um apoiador da mostra. São patrocinadores da exposição o
Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes), a Sereng Engenharia e Consultoria
Ltda., a Cotia Comércio Exterior e a Help Capacetes.
Joaquim Ferreira dos
Santos afirma que "Rubem Braga, numa frase rápida, é o prazer de
ler". "Vai atravessar todas as gerações. Suas crônicas falam dos
detalhes, das cenas cotidianas, dos consensos da humanidade, e são embrulhadas
uma a uma com um texto que veste a roupa da língua comum." Ele observa não
ser à toa que chamam Rubem Braga "de o inventor da moderna crônica
brasileira". "O gênero já existia, vinha desde José de Alencar,
passara pela maestria de Machado de Assis, a carioquice peripatética de João do
Rio. Foi Rubem quem lhe acrescentou lirismo poético e a influência, bem
humorada e coloquial, dos modernistas de 1922. É o formato que a gente conhece
hoje, por exemplo, em textos de Veríssimo", explica.
Serviço
Exposição Rubem Braga - O Fazendeiro do Ar
Visitação: até domingo (26
de maio de 2013)
Palácio Anchieta - Praça
João Climaco s/n, Cidade Alta, Centro, Vitória
Terça a sexta-feira, das 8
horas às 18 horas
Sábado, domingo e
feriados, das 9 horas às 17 horas
Entrada gratuita
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