Janio
Silva é estudante de
Serviço Social, começou a escrever poemas influenciado pela cultura Hip Hop e
também pelos escritores marginais Ferréz e Sergio Vaz. Os versos críticos e a
realidade vivida pela grande camada populacional que vive a margem das condições
básicas de vida são características da sua construção poética. Mantém uma
pagina no facebook (https://www.facebook.com/LiteraturaMarginalES)
onde pode ser encontrada um pouco mais literatura marginal escrita por jovens
capixabas. Confira, abaixo, o poema “Congada de São Benedito”:
CONGADA DE SÃO BENEDITO
Ruas, praças,
avenidas inundadas,
Por caixas,
triângulos, pandeiros,
Cuícas, chocalhos,
tambores, casacas...
Um navio a puxar,
Um mastro a fincar,
Pessoas a cantar,
pular, saltitar...
É dia de festa,
É dia de São
Benedito,
É dia de agradecer
às benções
E aos pedidos
atendidos.
Desde o naufrago
A mais de 150 anos,
Glórias dos escravos
ao santo.
Santo preto
salvador,
Que das águas do
mar,
25 escravos salvou.
Agarrados ao mastro
Que na vela o santo
continha a imagem,
Sobre rezas, trouxe
os tripulantes até à margem.
Eis a história ou
mito,
Eis o folclore,
Eis o congo,
Eis a festa de São
Benedito.
Mulheres com longos
vestidos,
Homens nos
instrumentos,
Bandas mirins,
Formando o futuro do
movimento.
Em meio à dança,
Pela estrada,
Entoando toadas,
Ao amor, ao santo,
as águas.
Olê, olê, olê
Olê, olê, olâ
Abram alas,
Deixem o Navio
Palermo,
Deixem o congo
passar.
Estandartes
balançado,
Instrumentos
ecoando,
Multidões cantando,
Corações
intensamente pulsando,
Assim, segue a bela
festa por mais um ano.
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