O logo do Google amanheceu neste 3 de julho
transformado num gigantesco inseto. Em homenagem aos 130 anos do nascimento de
Franz Kafka, o site de buscas colocou referências ao clássico “A metamorfose”
(1915) em seu doodle.
Na imagem, as duas letras “o” são substituídas por uma porta por onde entra uma
barata voltando do trabalho. Curiosamente, a imagem aparece em quase todos os
países do mundo, mas não nos EUA (google.com) nem no Reino Unido (google.co.uk).
História
Kafka nasceu em Praga, em 3 de julho de 1883, de
uma família judia que falava alemão. Ele é considerado um dos mais importantes
e influentes autores do século XX. Sua obra mais conhecida, “A metamorfose”,
conta a história de Gregor Samsa, que um dia percebe ter se transformado em um
inseto. Sem nunca explicar o motivo da transformação, o autor relata os
problemas práticos e psicológicos enfrentados pelo protagonista. Além de “A
metamorfose”, Kafka escreveu também “O processo” (1925) e “O castelo” (1926). No
fim do ano passado, um juiz israelense decidiu que o arquivo do escritor tcheco
deveria se tornar público. A posse dos textos era disputada entre a Biblioteca
Nacional de Israel e duas irmãs, que herdaram a vasta coleção de raros
documentos da mãe e insistia em mantê-los privados.
A decisão ordena que a coleção seja transferida
para a biblioteca em Jerusalém, de acordo com o desejo expresso por Max Brod,
amigo próximo de Kafka, em seu testamento. A coleção de papéis incluíria o
diário pessoal de Brod e escritos de Kafka, incluindo a correspondência que os
dois mantinham, o que poderia esclarecer as influências do escritor.
Kafka entregou os papéis a Brod pouco antes de
morrer de turberculose, em 1924, com instruções para que o amigo queimasse tudo
sem ler. Brod, no entanto, decidiu publicar boa parte do material, que incluía
os livros “O processo”, “O castelo” e “Amerika”, e levou o resto consigo quando
fugiu de Praga para Tel Aviv, em 1939.
Quando Brod morreu, em 1968, deixou para sua
secretária, Esther Hoffe, todos os seus escritos, e também os de Kafka. O
material ficou guardado no apartamento de Hoffe em Tel Aviv , onde um
especialista pôde examiná-lo nos anos 1980. Em 1988, ela vendeu uma manuscrito
de “O processo” por US$ 2 milhões. Ela morreu em 2007, deixando os papéis de
herança para as filhas.
O Arquivo Nacional da Alemanha não tomou parte do
julgamento, mas apoiava o desejo das irmãs, com a esperança de comprar os
papéis, que eles afirmam pertencer ao país europeu. Ulrich Raulff, diretor do
Arquivo, afirma que o interesse nos textos é muito grande, pois eles
provavelmente revelerão muito sobre anos da vida de Kafka sobre os quais
sabe-se muito pouco.
“Espero que a Biblioteca Nacional de Israel dê
acesso livre ao material o mais rápido possível”, disse ele, “Pesquisadores
esperam por esses textos há muitos anos.”
Aviad Stollman, curador de coleções judaicas da
Biblioteca Nacional, afirma que a maior parte dos manuscritos é de Brod, não
Kafka, mas ainda assim contêm imenso valor para pesquisadores.
“Por décadas esses manuscritos permaneceram
escondidos e agora podemos exibi-los e preservá-los de maneira adequada”, disse
ele, “São 40 mil páginas, uma quantidade imensa. Quem gosta de Kafka encontrará
sua assinatura... Esperamos disponibilizar o material na internet em breve.”
A decisão determina que as irmãs terão direiro a
receber royalties por qualquer publicação futura dos documentos.
Homenagens do Outros 300
Abaixo,
confira os filmes “A metamorfose”, “O processo”, o Google Doodle e uma
entrevista com Modesto Carone (tradutor das obras de Kafka para o português):
Fonte: O Globo
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