Changeman, Jaspion, Jiraya... Quem tem mais de 30 anos com certeza irá se lembrar dessas séries que passavam nas manhãs da extinta Rede Manchete. Pois bem, elas estão de volta, pelo menos no livro do pesquisador João Lobato, chamado 'Changeman, Jaspion, Jiraya e Cia'. Saiba mais lendo a matéria completa.
Livro resgata séries japonesas que fizeram sucesso no Brasil
"Changeman, Jaspion, Jiraiya & Cia", de João Lobato, mostra a influência que os super-heróis nipônicos exerceram na cultura pop
"Changeman, Jaspion, Jiraiya & Cia", de João Lobato, mostra a influência que os super-heróis nipônicos exerceram na cultura pop
Changeman foram os mais importantes heróis japoneses a desembarcarem no Brasil Quando a extinta Rede Manchete estreou “Esquadrão Relâmpago Changeman” e “O Fantástico Jaspion”, em 1988, a emissora já passava por sérios problemas financeiros. O inesperado sucesso dos seriados japoneses não foi suficiente para salvar o canal, mas deu sobrevida para que permanecesse no ar por mais 11 anos, até a última transmissão, realizada em maio de 1999 (data em que muitas dessas séries ainda eram exibidas).
“Jaspion” e “Changeman” não foram os primeiros seriados japoneses a desembarcar por aqui, mas foram os mais importantes. Misturando o Japão tradicional (código samurai) com o moderno (robôs gigantes e muita tecnologia), os personagens explodiram no Brasil, onde era possível encontrar diversos produtos licenciados (mochilas, estojos, cadernos etc).
“Jaspion” e “Changeman” não foram os primeiros seriados japoneses a desembarcar por aqui, mas foram os mais importantes. Misturando o Japão tradicional (código samurai) com o moderno (robôs gigantes e muita tecnologia), os personagens explodiram no Brasil, onde era possível encontrar diversos produtos licenciados (mochilas, estojos, cadernos etc).
Jaspion foi o mais carismático e ajudou a trazer os outros para o país
Não demorou para que eles trouxessem alguns primos do Japão para a cultura brasileira. Depois deles vieram “Jiraiya, o Incrível Ninja”, “Comando Estelar Flashman”, “Jiban: O Policial de Aço”, “Black Kamen Rider” e “O Poderoso Lion Man”, entre outros.
É sobre essa invasão japonesa que o pesquisador João Lobato escreve em “Changeman, Jaspion, Jiraiya & Cia”, livro lançado este mês e que resgata, com bom humor, momentos fundamentais para a compreensão desse fenômeno. Afinal, quais os motivos, desde os tempos de “National Kid” e “Ultraman”, nas décadas de 1960/70, que fizeram com que esses personagens superassem efeitos especiais grosseiros, roteiros previsíveis, temas repetidos e superficialidade?
“Acho que os heróis, de maneira geral, têm um papel muito importante no desenvolvimento da criatividade e dos valores das crianças. ‘Changeman’ cativou muito a minha imaginação quando criança”, conta o autor, em entrevista ao C2. No livro, ele lista detalhes engraçados como o fato de o dublê de Change Gryphon (o de roupa preta) ser muito mais baixo do que o ator que o interpreta sem a “armadura”, ou a burrice dos inoperantes soldados Hidler, da mesma série, que apenas ficavam pulando em torno dos heróis.
Na opinião de Lobato, essas séries (chamadas tokusatsu) traziam novidades para o público brasileiro acostumado com as produções dos Estados Unidos. O norte-americano “Power Rangers”, da década de 1990, mesmo que tenha sido o maior sucesso do gênero, não trouxe nada novo. “A ideia era usar ator americanos no lugar de japoneses para ‘dominar o mundo’. Todos os episódios de ‘Powers Rangers’, do começo ao fim, eram baseados em um original japonês. São as mesmas cenas e os mesmos roteiros”, destaca.
História
Uma das características dos tokusatsu é abordar a história japonesa em seus roteiros. A ameaça alienígena presente em todas as séries muito se assemelha ao medo de uma guerra nuclear. Além disso, os ataques nucleares sofridos pelo país na Segunda Guerra, que marcaram profundamente a sociedade japonesa, serviram de base para obras como “Godzilla” (talvez o primeiro tokusatsu).
Outra grande influência para Jaspion & cia. foram os filmes da saga “Star Wars”. “Foi uma relação de influência mútua. Os jedis e seus princípios têm fortes semelhanças com os samurais e seus códigos, assim como a ideia da “força” é um conceito bem oriental”, compara o autor.
Segundo ele, a chama dessas séries continua acesa graças a uma nova geração de fãs e de ferramentas como o YouTube. “Eles traduzem e disponibilizam na internet, organizam convenções e até fazem umas versões caseiras muito engraçadas dos heróis”, completa.
É sobre essa invasão japonesa que o pesquisador João Lobato escreve em “Changeman, Jaspion, Jiraiya & Cia”, livro lançado este mês e que resgata, com bom humor, momentos fundamentais para a compreensão desse fenômeno. Afinal, quais os motivos, desde os tempos de “National Kid” e “Ultraman”, nas décadas de 1960/70, que fizeram com que esses personagens superassem efeitos especiais grosseiros, roteiros previsíveis, temas repetidos e superficialidade?
“Acho que os heróis, de maneira geral, têm um papel muito importante no desenvolvimento da criatividade e dos valores das crianças. ‘Changeman’ cativou muito a minha imaginação quando criança”, conta o autor, em entrevista ao C2. No livro, ele lista detalhes engraçados como o fato de o dublê de Change Gryphon (o de roupa preta) ser muito mais baixo do que o ator que o interpreta sem a “armadura”, ou a burrice dos inoperantes soldados Hidler, da mesma série, que apenas ficavam pulando em torno dos heróis.
Na opinião de Lobato, essas séries (chamadas tokusatsu) traziam novidades para o público brasileiro acostumado com as produções dos Estados Unidos. O norte-americano “Power Rangers”, da década de 1990, mesmo que tenha sido o maior sucesso do gênero, não trouxe nada novo. “A ideia era usar ator americanos no lugar de japoneses para ‘dominar o mundo’. Todos os episódios de ‘Powers Rangers’, do começo ao fim, eram baseados em um original japonês. São as mesmas cenas e os mesmos roteiros”, destaca.
História
Uma das características dos tokusatsu é abordar a história japonesa em seus roteiros. A ameaça alienígena presente em todas as séries muito se assemelha ao medo de uma guerra nuclear. Além disso, os ataques nucleares sofridos pelo país na Segunda Guerra, que marcaram profundamente a sociedade japonesa, serviram de base para obras como “Godzilla” (talvez o primeiro tokusatsu).
Outra grande influência para Jaspion & cia. foram os filmes da saga “Star Wars”. “Foi uma relação de influência mútua. Os jedis e seus princípios têm fortes semelhanças com os samurais e seus códigos, assim como a ideia da “força” é um conceito bem oriental”, compara o autor.
Segundo ele, a chama dessas séries continua acesa graças a uma nova geração de fãs e de ferramentas como o YouTube. “Eles traduzem e disponibilizam na internet, organizam convenções e até fazem umas versões caseiras muito engraçadas dos heróis”, completa.
O solitário Jiraiya fazia oposição ao sucesso de equipes como 'Changeman'
Saiba mais
Spectreman
Depois de “National Kid”, foi um dos grandes responsáveis pelo sucesso das séries japonesas.
Flashman
Vieram para suceder “Changeman” e até tiveram sucesso com efeitos refinados e maior carga emocional. Também foi exibido na Manchete.
Lion Man
Tosco ao extremo, tinha atores com roupas de animais e abordava a cultura samurai. Teve apenas 25 episódios.
Leia
Depois de “National Kid”, foi um dos grandes responsáveis pelo sucesso das séries japonesas.
Flashman
Vieram para suceder “Changeman” e até tiveram sucesso com efeitos refinados e maior carga emocional. Também foi exibido na Manchete.
Lion Man
Tosco ao extremo, tinha atores com roupas de animais e abordava a cultura samurai. Teve apenas 25 episódios.
"Changeman, Jaspion, Jiraiya & Cia."
João Lobato
Editora Matrix
28 páginas
R$ 29,90
João Lobato
Editora Matrix
28 páginas
R$ 29,90
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