sábado, 1 de outubro de 2011

JOHN CAGE: RUPTURA NA TRADIÇÃO MUSICAL


"Quando eu era jovem, um de meus professores costumava se queixar de que assim que eu começava uma música, já a encaminhava para o final. (...) Eu introduzi o silêncio. Eu era um solo - digamos assim - no qual o vazio podia crescer." Assim se expressou o compositor de vanguarda John Cage, que viria a se consagrar como o músico que concebeu o silêncio como parte fundamental e geradora da criação musical.

Em 1932, Cage ingressou na universidade, mas, desiludido com as condições de ensino, abandonou-a dois anos mais tarde. Viajou então para a Europa, em 1935, primeiro a Paris, e depois a Mallorca, onde começou a pintar e compor.
De volta aos Estados Unidos, compôs músicas para textos da escritora Gertrude Stein e o coro da tragédia "Os Persas", de Ésquilo, improvisadas no piano.

Estudou em Nova York, com Cowell, e em 1934, retornou a Los Angeles, onde se tornou aluno de Schönberg. Dessa época, datam suas primeiras composições, escritas num sistema atonal que ele mesmo criou. Em Seatlle, em 1937, passou a trabalhar criando composições para companhias de dança, atividade que a que se dedicaria também em São Francisco (39), Chicago(41) e Nova York (42), como a de Merce Cunningham.

Em 1938, Cage fundou uma orquestra de percussão. Data dessa época a criação do piano preparado, "prepared piano", em que utilizou cortiças, pedaços de madeira, de papel e outros materiais entre as cordas do piano, transformando-o numa orquestra de percussão. Criou peças de concerto também para o novo instrumento.

John Cage começou a inclinar-se às filosofias orientais, especialmente o zen-budismo, incorporando vários de seus elementos às suas composições. Determinado a remover qualquer intencionalidade em suas composições, chegou a usar jogar moedas para determinar eventos. A apresentação de suas obras o aproximou da performance, como em "Música aquática".

Acrescentou elementos de aleatório, indeterminação e invenção de novos padrões musicais Em "Paisagem Imaginária nº 4", de 1951, Cage reuniu 24 aparelhos de rádio ligados, aleatória e simultaneamente, por doze executantes. John Cage foi autor de dois livros de grande repercussão, "Silêncio" e "Um ano desde segunda-feira", em que expõe suas concepções musicais, que viriam a assinalar uma grande ruptura em toda a tradição musical.

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