Cinema
Sete dias com Marilyn
Marilyn na banheira. Vamos conviver sete dias com ela?
Sete dias com Marilyn
Marilyn na banheira. Vamos conviver sete dias com ela?
"Tudo o que as pessoas veem é Marilyn Monroe. Quando percebem que eu não sou ela, elas fogem". A frase dita pela própria atriz em determinado momento de "Sete Dias com Marilyn" resume bem o conteúdo do filme dirigido por Simon Curtis, que estreia amanhã no Cine Jardins, em Vitória.
O longa conta as memórias de Colin Clark, um jovem que, ao final da década de 1950, sonhava em entrar para o mundo do cinema. Seu primeiro trabalho seria como terceiro assistente de direção – uma espécie de estagiário – no filme "O Príncipe Encantado", dirigido por Laurence Olivier e estrelado por Marilyn Monroe.
Aos 30 anos, a atriz estava no auge e já tinha a fama de "diva" que a acompanharia até o fim de sua vida, em 1962. Como todos a queriam em cena, relevavam seus problemas com álcool e drogas. Por mais dor de cabeça que ela levasse para o set de filmagens, sua impactante presença em tela compensava.
O grande problema é que poucos se importavam de verdade com ela. Os produtores apenas a queriam brilhando em tela, seus maridos (foram três) queriam estar sempre com Marilyn e nunca com Norma Jeane (seu nome real), e até sua professora de atuação e confidente, Paula Miller, evitava contrariá-la. É onde entra Colin, o jovem que, segundo o próprio relato, se apaixonou não pela mulher mais perfeita do mundo, mas justamente pelo que ela tinha de frágil.
"A Invenção de Hugo Cabret", filme indicado em 11 categorias e vencedor de cinco delas no Oscar 2012, mostra um Martin Scorsese aberto a novidades, aos 69 anos de idade. Mas esse filme, que chega na próxima semana às locadoras, é também a consequência do desenvolvimento de toda a carreira do diretor.
Este é seu primeiro filme que poderíamos definir como dedicado ao público infanto-juvenil e também o primeiro em que utiliza a técnica de 3D. Por outro lado, é como se fosse a consequência inevitável de uma vida dedicada ao cinema, à sua história, à preservação de obras ameaçadas, ao culto aos pioneiros.
Baseado no livro homônimo de Brian Selznick, "A Invenção de Hugo Cabret" é como um presente oferecido a Scorsese, tantas são as conexões do material literário com a própria experiência de vida e de cinema do diretor.
Na trama, o garoto que dá título à obra (interpretado por Asa Butterfield) perde o pai e passa a ajudar o tio alcoólatra na manutenção dos relógios de uma estação de trens em Paris. O pai (Jude Law) lhe deixou um autômato avariado que, ao que parece, é capaz de escrever. O desafio de Hugo é consertar o tal robô e receber a mensagem. Para isso, Hugo, que é muito engenhoso e bem dotado para as coisas mecânicas, "pede emprestadas" algumas peças de um velhinho, dono de uma loja de brinquedos (Ben Kingsley).
Pronto. O resto é com você, espectador. Prepare-se para ser levado a um mundo fantástico em que mecanismos sofisticados da relojoaria rivalizam, em complexidade, com os sentimentos humanos.
Que o mundo da técnica tem conexões com o universo dos afetos imaginários, todo mundo sabe. Daí o fascínio pelos mecanismos dos relógios, que afinal medem o tempo, matéria da qual somos feitos – e desfeitos. Fascínio também pelos autômatos, esses seres construídos à imagem e semelhança do homem, que brinca de ser Deus. O autômato seduz, atrai e assusta.
Mistério dos autômatos, mistério ainda maior das imagens em movimento, do seu realismo que assustava as pessoas ao verem um trem que parecia avançar sobre elas. O cinema era uma magia. E Scorsese recorda, é claro, o primeiro homem a ter pressentido no cinema uma grande potencialidade ficcional, um fabuloso meio de criar histórias: Georges Méliès (1861 - 1938), autor de mais de 500 filmes, entre os quais o clássico "Viagem à Lua".
"A Invenção de Hugo Cabret" é homenagem a outra invenção, o cinema, aquela que seus próprios criadores, os Irmãos Lumière, haviam chamado de "sem futuro", e, na verdade, se transformaria na grande arte do século 20.
O longa conta as memórias de Colin Clark, um jovem que, ao final da década de 1950, sonhava em entrar para o mundo do cinema. Seu primeiro trabalho seria como terceiro assistente de direção – uma espécie de estagiário – no filme "O Príncipe Encantado", dirigido por Laurence Olivier e estrelado por Marilyn Monroe.
Aos 30 anos, a atriz estava no auge e já tinha a fama de "diva" que a acompanharia até o fim de sua vida, em 1962. Como todos a queriam em cena, relevavam seus problemas com álcool e drogas. Por mais dor de cabeça que ela levasse para o set de filmagens, sua impactante presença em tela compensava.
O grande problema é que poucos se importavam de verdade com ela. Os produtores apenas a queriam brilhando em tela, seus maridos (foram três) queriam estar sempre com Marilyn e nunca com Norma Jeane (seu nome real), e até sua professora de atuação e confidente, Paula Miller, evitava contrariá-la. É onde entra Colin, o jovem que, segundo o próprio relato, se apaixonou não pela mulher mais perfeita do mundo, mas justamente pelo que ela tinha de frágil.
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A invenção de Hugo Cabret
Na trama, máquinas e sentimentos se unem para contar uma bela história
A invenção de Hugo Cabret
Na trama, máquinas e sentimentos se unem para contar uma bela história
"A Invenção de Hugo Cabret", filme indicado em 11 categorias e vencedor de cinco delas no Oscar 2012, mostra um Martin Scorsese aberto a novidades, aos 69 anos de idade. Mas esse filme, que chega na próxima semana às locadoras, é também a consequência do desenvolvimento de toda a carreira do diretor.
Este é seu primeiro filme que poderíamos definir como dedicado ao público infanto-juvenil e também o primeiro em que utiliza a técnica de 3D. Por outro lado, é como se fosse a consequência inevitável de uma vida dedicada ao cinema, à sua história, à preservação de obras ameaçadas, ao culto aos pioneiros.
Baseado no livro homônimo de Brian Selznick, "A Invenção de Hugo Cabret" é como um presente oferecido a Scorsese, tantas são as conexões do material literário com a própria experiência de vida e de cinema do diretor.
Na trama, o garoto que dá título à obra (interpretado por Asa Butterfield) perde o pai e passa a ajudar o tio alcoólatra na manutenção dos relógios de uma estação de trens em Paris. O pai (Jude Law) lhe deixou um autômato avariado que, ao que parece, é capaz de escrever. O desafio de Hugo é consertar o tal robô e receber a mensagem. Para isso, Hugo, que é muito engenhoso e bem dotado para as coisas mecânicas, "pede emprestadas" algumas peças de um velhinho, dono de uma loja de brinquedos (Ben Kingsley).
Pronto. O resto é com você, espectador. Prepare-se para ser levado a um mundo fantástico em que mecanismos sofisticados da relojoaria rivalizam, em complexidade, com os sentimentos humanos.
Que o mundo da técnica tem conexões com o universo dos afetos imaginários, todo mundo sabe. Daí o fascínio pelos mecanismos dos relógios, que afinal medem o tempo, matéria da qual somos feitos – e desfeitos. Fascínio também pelos autômatos, esses seres construídos à imagem e semelhança do homem, que brinca de ser Deus. O autômato seduz, atrai e assusta.
Mistério dos autômatos, mistério ainda maior das imagens em movimento, do seu realismo que assustava as pessoas ao verem um trem que parecia avançar sobre elas. O cinema era uma magia. E Scorsese recorda, é claro, o primeiro homem a ter pressentido no cinema uma grande potencialidade ficcional, um fabuloso meio de criar histórias: Georges Méliès (1861 - 1938), autor de mais de 500 filmes, entre os quais o clássico "Viagem à Lua".
"A Invenção de Hugo Cabret" é homenagem a outra invenção, o cinema, aquela que seus próprios criadores, os Irmãos Lumière, haviam chamado de "sem futuro", e, na verdade, se transformaria na grande arte do século 20.
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