“Vila Velha, terra linda
Pedaço de tanto encanto,
Foi descoberta no dia do Divino Espírito Santo”
Entre belas palavras, contos, crônicas e poesias, Dona Anadir Bastos Bello, uma professora aposentada e moradora da Glória, declara paixão por Vila Velha. Com mais de 37 anos dedicados ao ensino, Dona Anadir hoje vive para colocar na ponta do lápis seus sonhos, ideias e sua paixão pelo município que completa nesta quarta-feira, 477 anos de histórias.
Professora de português, lecionou por muitos anos no ensino infantil. Mas sua paixão pelas palavras surgiu desde cedo e foi a partir da faculdade que decidiu mostrar seus textos para as pessoas, principalmente seus alunos que aprendiam português, história e lições de vida por meio de suas poesias.
Dona Anadir guarda em seu acervo mais de 40 poesias juvenil e adulto, 25 contos infantis, dez poesias que falam de Vila Velha, nove poesias publicadas em livros antológicos e um livro especial, o conto infantil “Doutor Pardalzinho”. Nele a autora demonstra toda sua sensibilidade com o universo infantil ao contar a história real do seu marido, o Vovô Wilson Bello, que ajudava a cuidar dos passarinhos resgatados pelas crianças na Rua Bariri, Glória. “Moro na Rua Bariri há muitos anos e criei meus filhos lá. Conheço toda a vizinhança e ali vivi muitas histórias e me inspiro muito nelas para escrever meus textos”, contou. Uma de suas obras favoritas é “Dia Especial”, em que Dona Anadir relembra das noites de Natal na casa de seus pais. Em 2007, ela participou da Bienal do Livro no Rio de Janeiro, ganhando destaque e conhecimento nacional.
Paixão por Vila Velha
Natural de Guaçuí, casou e criou seus filhos em Vila Velha. Viveu boas histórias na cidade e graças a isso, tem Vila Velha no coração. “Moro há 49 anos na Rua Bariri. Não tem como não amar essa cidade. Escrevi as poesias sobre o município para que as pessoas conheçam nossas riquezas e aprendam a valorizar o que temos de melhor. Gosto que as crianças conheçam Vila Velha em minhas poesias”, contou.
“Nossa Senhora da Penha”, “Vila Velha”, “Minha Cidade”, “Roteiro Feliz” são alguns dos poemas que trata do turismo, dos patrimônios históricos e das riquezas de Vila Velha. Agora Dona Anadir junta suas melhores obras para escrever mais um livro. “Quero que as pessoas conheçam meu trabalho.”
E vale à pena conhecer a vida, o dia a dia e Vila Velha por meio das palavras da poetisa que possui sensibilidade e acima de tudo um grande amor, pelo município mais antigo do Espírito Santo.
Vila Velha - Por Anadir Bello
Vila Velha,
Terra linda,
Pedaço de tanto encanto,
Foi descoberta no dia do Divino Espírito Santo
Chegando de Portugal,
No dia 23 de maio,
Veio o nobre donatário,
Vasco Fernandes Coutinho e também seus emissários,
Com a cruz nas caravelas,
Respeitava o nome santo.
E logo resolveu erguer,
Igrejinha de encanto,
A Igreja do Rosário.
As pessoas se espalharam
Por este chão como o vento,
E chegaram freis e índios
E logo surgiu o Convento,
Com Frei Pedro Palácios,
Exultando de emoção
E Nossa Senhora das Alegrias,
Reforçando a devoção.
Todos contavam o fato,
Da imagem estar sumida e depois surgir,
Entre a mata escondida.
E então pensando nela,
Ali ergueram a capela.
E assim acontecia
E a história se fazia
A Praia de Inhoá,
Hoje é a nossa Marinha.
E a Praia da Barrinha, virou nosso Batalhão.
Hoje o povo que trabalha,
Da cidade se orgulha.
Preserva sua cultura e estuda sua história.
São índios no matagal, piratas no litoral.
Surgem então os capixabas,
Defendendo ideais.
Canela-verde surgia...
Construindo no dia a dia,
Um futuro de alegria.
Mas ainda estão livres,
Para quem quiser sentir,
Os ventos soltos nos ares,
Que te convidam a sorrir...
Vila Velha!
Vila Velha!
É bom viver por aqui...
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