domingo, 20 de maio de 2012

VIANA: GALERIA DE ARTE CASARÃO RECEBE EXPOSIÇÃO "RENASCENTE", DE PIATAN LUBE


A Galeria de Arte Casarão, em Viana sede, abriu a temporada 2012 com a exposição “Renascente”, do artista plástico Piatan Lube. Está é a terceira edição do Programa de Residência Artística “Mas que arte cabe numa cidade?” que já trouxe ao município os artistas Plásticos José Rufino e Josely Carvalho.

Dessa vez, o artista percorre sua exposição por caminhos de Renascente com intervenções artísticas conceituais, no espaço físico/paisagem urbana do município. A proposição artística de Piatan Lube aponta para particularidades na qual estão presentes as relações de ambientes, coexistências, memória e transformações.

O processo de residência do artista começou em agosto de 2011 e, desde então, Piatan tem se envolvido com o cotidiano da cidade e convivido com uma população rural de onde extraiu sua essência do trabalho tendo a água como elemento de ligação. Daí suas visitas constantes em locais onde há nascentes no município e ao trabalho de reflorestamento em torno dessas nascentes, sendo a memória da água como o simbolismo e o elo central.

“Estamos sempre esquecendo que as diversas matérias desse planeta possuem seus ciclos, seus percursos sobre a terra, e se renovam sempre como matéria simbólica quando atentamos para o fato de que, sobre elas, o tempo age construindo, às vezes de forma irrecuperável, sua história. A memória da água, esse talvez seja o tema, a lógica de tudo o que estamos vendo à nossa volta, as plantas que Piatan Lube propôs como ligadura entre o humano e este elemento vital como determinação de um lugar. A partir destes implantes, ao considerarmos quatros fontes, então quatro lugares, prefiro afirmar que estes se fazem compor num mesmo lugar, a fonte onde floresce a origem dessa idéia”, afirmou Mara Perpétua Banhos Pereira, coordenadora do Programa Educativo que será desenvolvido com o projeto.
No segundo andar, os visitantes são convidados a interagirem, respondendo a pergunta que é o eixo central da discussão dos visitantes e está afixada em uma das paredes, “O que te faz renascente?”.

Cada expectador é convidado a deixar registrado através de palavras, textos e/ou desenhos, suas impressões, histórias, afetos e desejos que são afixadas no espaço da sala. Uma grande mesa pintada de branco está posicionada no centro da sala e tem à disposição canetas de escrita fina ou grossa, de várias cores para uso das pessoas que queiram participar.

“É uma questão que parte de uma ação/intervenção coletiva para uma reflexão pessoal e subjetiva. Podemos relacionar a condição cíclica da água, com o ciclo da vida diária, das relações humanas e o nosso movimento constante de recomeçar, quase que diariamente, como sujeitos desejantes”, disse a coordenadora educativa.

“A obra não trata do replantio destas áreas, mas do que nesta vivência transcende a função destas futuras árvores; o plantio real dá-se na troca entre os seres envolvidos na tarefa de juntos, mentalmente, construírem esta nova hidrografia sentimental, na relação com o espaço agora constituído em lugar construído no ciclo do habitar”, disse Júlio Tigre, curador da exposição.

Piatan é morador da zona rural de Piapitangui, em Viana, já participou de exposições coletivas e foi contemplado no edital em 2008, com a 8ª Bienal do Mar-Caminho das Águas/ Vitória; Arte e Patrimônio 2009 - Caminho das águas/Vitória Florianópolis; Palácio Anchieta/Exposição coletiva “Transcendência” 2010/2011. Ele também foi selecionado no Edital de 2011 da Secult, com a concessão de prêmio para bolsa ateliê em Artes Visuais.

O programa de Residência Artística “Mas que arte cabe numa cidade?” tem como curadora Neusa Mendes. Logo após o início das atividades, o programa se consolidou como uma referência de movimento artístico no meio nacional e também no estrangeiro na modalidade de residência artística e intervenção urbana. Foi escolhido, em um conjunto de 10, para representar este continente no fórum internacional dos melhores projetos mundiais de arte pública de Xangai, a ser realizado neste mês de maio de 2012.

A exposição é uma realização da Prefeitura de Viana por meio da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Turismo (SEMCET) com patrocínio da Secretaria Estadual de Cultura (SECULT) e do Instituto Sincades; apoio das caixas d’água Fortelev, do Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural (INCAPER) e da Secretaria Estadual de Agricultura (SEAG),

O que é Residência Artística?

O conceito de Residência Artística é uma das formas mais características de apoio e incentivo ao desenvolvimento das artes. A partir dos 80 consolidou-se em várias cidades da Europa, Estados Unidos, Canadá e Japão. São projetos que têm como objetivo principal servir de residência temporária para artistas locais, nacionais e estrangeiros.

Neste intuito, a Semcet implantou no anexo da Galeria de Arte Casarão um espaço destinado a este público para que possa desenvolver projetos artísticos e trocas de experiências e conhecimentos com a comunidade local.
O anexo é amplo e foi totalmente reformado e mobiliado para oferecer a estrutura necessária para os residentes: segurança 24 horas e câmeras de vigilância, quarto, sala de convivência, pequena biblioteca, cozinha e uma grande sala no último andar da galeria para a produção e armazenamento de trabalhos.
A primeira edição aconteceu em janeiro de 2010 tendo como convidado o artista plástico José Rufino que explorou Arte e Patrimônio. Em fevereiro de 2011, veio a artista plástica Josely Carvalho que se aprofundou no tema “Que Cheiros Guardam Memórias de Uma Cidade?”.

O Programa de Residência Artística foi aprovado no Edital da Secretaria Estadual de Cultura SECULT por meio do Edital 11 Ateliê de Arte Contemporânea de 2011 - Seleção de projetos culturais e concessão de prêmios para bolsa atelier em artes visuais.

FIQUEI LIGADO
Programa: Residência Artística de Viana
Exposição: Renascente
Artista: Piatan Lube
Visitação Pública: A partir de 9 de maio – de terça à sexta-feira
Horário: das 10 às 18 horas
Entrada: Franca
Local: Galeria de Arte Casarão – Viana sede

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