sábado, 25 de agosto de 2012

LICENÇA PARA CONTAR: SANDRO BAHIENSE


Sandro Bahiense é professor, bibliotecário e amante das coisas que envolvam escrita. Lançou em 2008, em parceria de Ricardo Salvalaio e de mais 7 colegas poetas, a coletânia de poesias "8 Vezes Poeta", trabalho em que pôde expor um pouco de seus sentimentos e arte. Ficou conhecido entre os colegas da UFES por fazer uma crônica para cada um deles. Além de crônica e poesia, Sandro também escreve artigos de opinião, contos e máximas. Tais trabalhos podem ser vistos em seu próprio blog cujo endereço é http://sandrobahiense.blogspot.com/. Sandro trabalha também, claro, neste blog como um dos colunistas. Confira, abaixo, o conto “Coisas do cotidiano”:

COISAS DO COTIDIANO

ATESTADO DE CANALHICE

Num tempo futuro descobriu-se um medidor de canalhice masculina. A partir de então todos os homens, sem exceção, passaram por este rigoroso teste. Dali, se comprovado o mau caratismo do sujeito, lhe era dado um atestado de canalhice.

Com isso as mulheres, antes de escolherem seus namorados, tinham acesso à rede de controle dos atestados masculinos. Escolhiam, sempre, os que eram atestados como canalha. Diziam:

“Sei lá, homem que não é canalha? Muito suspeito. Prefiro não arriscar!”

JOGOS

Miguel descia todos os dias ao pátio de seu prédio para jogar baralho com Catarina. Ele sempre perdia. Dia após dia. As vitórias inflavam o ego de Catarina que se alegrava em vê-lo, pois “era vitória certa”. Certo dia ela perguntou:

“Você não cansa de perder” – “Não” – “Por quê?” – “Porque percebi que todos que ganharam de você nunca mais jogaram de novo”.

PÃO COM MORTADELA

Todo dia Aldo ia à padaria pedir pão com mortadela e o atendente sempre repetia que lá não vendia tal lanche. Foi durante dois meses ao local fazer a mesma pergunta até que um dia o atendente respondeu:

“Sim” – “Ah bom saber... Agora tenho que parar de vender pão com mortadela e trocar para pão como ovo ali na minha banquinha da frente”.

CHICO OU FRANCISCO?

Francisco detestava ser chamado de Chico até que descobriu que o único assassino da cidade, que estava foragido, era seu homônimo. Sugeriram que Francisco, para evitar confusões, passasse finalmente a ser chamado de Chico. Depois de tal descoberta o número de assassinatos na cidade duplicou até que um dia Francisco foi preso. Perguntaram do por quê:

“Prefiro ser assassino do que Chico!”

RESPONDE TUDO

Perguntado se tinha uma resposta para tudo ele respondeu, “talvez”.

“Então você não tem uma resposta pra tudo. Se você não tem uma resposta para esta pergunta, logo não tem uma resposta para todas as perguntas. Ou seja, sua resposta tinha de ser não.” – “Mas talvez não é uma resposta?” – “É. Bem... Você realmente tem uma resposta pra tudo!”


Nenhum comentário:

Postar um comentário