quinta-feira, 16 de agosto de 2012

DISCOGRAFIA EM TRÂNSITO - PAUL MCCARTNEY

“Porque é no trânsito que sobra tempo para ouvir discografias nos dias de hoje”

18 de junho de 2012, dia dos 70 anos do maior músico pop de todos os tempos.

Juro que pensei seriamente em deixar apenas a linha acima nessa coluna, mas aí me deu vontade de falar mais e não consegui me conter. O argumento acima que pode parecer alvo fácil para críticas, mas depois de refletir muito e sendo eu um cara na comparação Lennon versus McCartney, um Lenista, me senti bem confortável em aceitar de que Paul é mais que isso. Paul é o monstro da música moderna que conhecemos. É o nosso Beethoven, nosso Bach e isso tem, sim, muito sentido.

Você pode até não gostar do cara, do jeito, da voz, da música e até dos Beatles, mas o septagenário aí esteve com sua arte presente em todos os grandes momentos da história do pós guerra até hoje. Sim, até hoje! Afinal, além de continuar compondo, o cara tem um dos espetáculos mais requisitados do mundo pop e talvez um dos melhores shows já produzidos atuando mundo afora.

Ah, mas não tem os passos de Michael Jackson, as performances da Madonna, as loucuras da Lady Gaga a tecnologia do U2? E daí?

O cara toca música até hoje, repito: o cara toca M.Ú.S.I.C.A até hoje de forma simples, uma banda, o carisma dele e alguns efeitos especiais inevitáveis nos dias de hoje. Tenta ir lá para ver se tem agenda livre pro velhote? Sem falar, que todos os artistas citados acima beberam na fonte criativa do velho Paul. Ahá!

Mas aos nossos queridos leitores, PROMETO que vou focar no que interessa para essa coluna que é música.

Mas antes tenho que dizer de minhas duas experiências em ver Paul de pertinho. (não resisto. risos)

A primeira foi em 93, no Pacaembu, que para encurtar a história, eu estava tão perto, mas tão perto dele que no final ele jogou sua toalha ao público e advinha quem pegou? Sim, eu mesmo! O problema é que outras 98 pessoas a minha volta tiveram muita vontade de ter a mesma toalha e assim ela se desfez em pedações e fiquei com apenas uns fiapos. Triste.

A segunda já foi em no show do Morumbi quase 20 anos depois da primeira vez. Dessa vez foi muito especial, pois estavam lá minha esposa, meus compadres e na véspera do show, junto com a Vix Beatles tocamos num Pup em Moema com várias bandas do Brasil inteiro. Um dia inesquecível, uma celebração nacional para o cara.

O show, segundo Paul, foi um dos 5 melhores de sua carreira e eu estava lá.

Mais que isso, temos o DVD desse show e minha filhota de 3 anos, assim como a mais velha, virou uma fã de carteirinha de Paul.

3 anos!!!!

Tanto que na quarta vez que ele veio assistimos pela internet o show e ela mostrou que sabe tudo.

Mas vamos a sua obra:

Sou muito fã dos Wings e a proposta da banda de fazer um som direto e shows. O John Lennon mesmo admirava o Paul por saltar do pedestal de um Beatle e tocar em lugares pequenos com uma banda nova e tal.

Mas para irritar os Paulmaníacos, tenho que dizer que considero o início da carreira solo do Paul a mais tosca das 3 mentes compositoras dos Beatles.

Claro que tem obras primas logo de cara, mas o início é meio despreocupado com qualidade de produção, tem muita gravação que conseguiu cair de qualidade brutalmente até mesmo para os primeiros trabalhos do Paul no início dos Beatles.

Eu particularmente gosto de coisas toscas e sem muitas firulas de produção, mas acho estranho justamente o Paul assumir essa tosquisse. Porém, é coisa rápida. Disco a disco a evolução é impressionante, mas não me atenho apenas a produção. Acho que Paul fez muitas tranqueiras também, no sistema “ei, eu sou aquele cara que tocava naquela banda de outro planeta, então senta e escuta que tudo que faço é genial”. Com isso muitas e muitas músicas do começo da carreira solo dele eu pulo e claro que não incluí nessa discografia para vocês.

Mas claro, o filé criativo de Paul supera mesmo qualquer escorregada e como tem coisas fantásticas no Wings! Que banda!

Os anos 80 chegaram e nesse período creio que ele se perdeu um pouco. Namorou com alguns sons novos e técnicas dos anos 80 que considero dispensáveis. Pouca coisa dessa fase eu gosto de verdade, mas é inegável que ele emplacou alguns clássicos como “Say Say Say” (com Michael Jackson) e “Ebony and Ivory” (com Stewie Wonder), além de “No More Lonely Nights” e “Pipes of Peace”. Ou seja, mesmo achando uma entressafra de Paul, o cara me emplaca 4 mega hits!

Vem os anos 90 e aí ele retoma um pouco daquela coisa de banda voltando aos grandes palcos e dessa vez ultra criativo! “Flowers in the Dirt” e “Off The Ground” chegam para a molecada que tinha passado desapercebido pela obra dele e dá um recomeço. Diria que até chegar na formação atual (e a melhor de todas até hoje) de banda esses dois discos foram fundamentais mesmo o Paul fazendo muitas coisas sozinho em estúdio. Em 97, ele lança “Flaming Pie”, que eu considero o melhor de todos os discos dele e olha que lá de hit mesmo só a música tema do álbum, mas o disco todo é uma delicia flamejante. (único que entrou completo no link para download)

Desde então, Paul criou obras clássicas que preferi não incluir nessa discografia, pois gosto mesmo é de banda e rock and roll, mas já relaxei muito ao som de suas músicas orquestradas, boa dica para quem curte.

Depois de ouvir mais uma vez a obra desse monstro e ainda vê-lo na ativa, forte, cheio de ânimo e sem demonstração de querer parar, me faz ter um sentimento simples, básico e até de fanatismo abobalhado de que ele é o maior de todos. Mas calma, eu já havia dito isso antes. Então, termino minha homenagem aos 70 anos do Sir Macca repetindo a primeira frase dessa coluna:

18 de junho de 2012, dia dos 70 anos do maior músico pop de todos os tempos.

Baixe a discografia de Paul McCartney (seleção minha): http://www.4shared.com/rar/V_CDL60s/Discografia_em_Transito_-_Paul.html?

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(Texto de Juliano Nogueira publicado no site http://www.enfu.com.br em 18/06/2012)



Juliano Nogueira. Publicitário / São Paulino sarado / Baixista do Bando de Conga / Goleiro de meia tigela / Piloto frustrado / Pai da Julia e Luiza / Namorado da Lilian


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