sexta-feira, 17 de agosto de 2012

UM CONTO NO TWITTER

Soundgarden. Foto: Divulgação

Como nos tempos dos velhos folhetins, a escritora americana Jennifer Egan (foto), do premiado romance "A Visita Cruel do Tempo", terá o seu conto "Caixa Preta" publicado diariamente, das 22h às 23h, em forma de tuítes (um por minuto), a partir desta segunda, até 30 de agosto, com tradução de Juliana Romeiro, no perfil da editora Intrínseca no Twitter (@intrinseca).

Curiosa quanto ao potencial criativo do Twitter, Egan, que só escreve à mão, publicou o conto originalmente no perfil da revista "The New Yorker", de 24 de maio e 2 de junho – dois dias depois, o texto saiu na edição especial de ficção científica (impressa).

Ao blog da revista, Egan contou ter pensado em como seria escrever uma ficção cuja estrutura proporcionasse a possibilidade da serialização no microblog. "Não se trata de uma ideia nova, claro, mas é muito rica. Tanto por causa da peculiaridade de alcançar as pessoas em seus celulares, como pela estranha poesia que pode acontecer em 140 caracteres."

O conto, que foi todo escrito à mão em um caderno japonês de oito retângulos por página, será lançado em e-book dia 31 de agosto, com capa do ilustrador e quadrinista Rafael Coutinho, responsável pelas ilustrações dos outros dois livros da autora publicados pela Intrínseca neste ano: "A Visita Cruel do Tempo" e "O Torreão". O preço do e-book ainda não foi definido.

O conto tinha originalmente o dobro do tamanho atual, de acordo com a escritora, que levou cerca de um ano, intermitentemente, para trabalhar e ajustar o texto. A história de espionagem futurista foi considerada pelo escritor Ian McEwan (de "Reparação") como "a melhor leitura dos últimos anos".

"Vários de meus antigos interesses pela ficção convergiram quando escrevi ‘Caixa Preta’. Um deles envolve a prosa em formato de listas, histórias que parecem contadas inadvertidamente, como notas de um narrador para si mesmo. Minha intenção era escrever uma história em que o narrador tomasse forma a partir das lições derivadas de cada passo da ação, em vez de ser apresentado pelas descrições do fato em si", conta Egan, que começou a imaginar uma série concisa de despachos mentais de uma espiã do futuro trabalhando disfarçada no Mar Mediterrâneo.

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