É possível elaborar um filme de 100 minutos tendo como único plano uma conversa de bar entre três amigos? Sim, para Felipe Joffliy isto é possível. Com a brilhanteza do escritor (e roteirista) Marcelo Rubens Paiva, com a produção do próprio Joffly e de Bruno Mazzeo e com um elenco afiadíssimo "E aí... Comeu?" foi mais uma bola dentro de nosso cinema nacional!
Aliás, Bruno Mazzeo é um caso a parte. No filme, além de atuar, ele é produtor, auxiliar de direção, elenco e roteiro. "E aí... Comeu?" é o terceiro filme de Bruno (os outros foram "Muita calma nessa hora" e "Cilada.com") e seu terceiro super sucesso. Não à toa que foi o único filme nacional a conseguir a passar a barreira de um milhão de pessoas neste ano.
A cada ano que passa e a cada título que lança parece mais claro que Bruno Mazzeo está entrando para o seletíssimo grupo de atores (e diretores, produtores...) que só "vão na boa". O mérito de serem "gatos mestres" do nosso cinema nacional era só de Selton Mello e Wagner Moura, mas não é mais. Posso afirmar que Bruno entrou para o time e, com uma vantagem, dos três é o único que domina com plenitude a comédia.
Bruno Mazzeo. Terceiro sucesso em sequência.
Quando ao filme (o terceiro de Mazzeo que fiz questão de ver no cinema, por ser seu fã declarado) posso dizer que ficou abaixo dos anteriores. Ficar abaixo, neste caso, não quer dizer nunca que foi ruim, longe disso até. "E aí... Comeu?" tem momentos engraçadíssimos, mas peca por ter um enredo arrastado e pelo excesso de "veracidade" do conteúdo das conversa dos três amigos (admito que o excesso de palavrões e linguajares chulos me incomodaram um pouco). Mas, fora isso, é diversão garantida.
Não esperem por um filme que te faça gargalhar a cada 5 minutos, pois a ideia não é essa. O humor vem com o desenrolar da estória e em alguns momentos pontuais. Momentos esses que valem praticamente o filme. Bruno foi muito solidário ao dar a Marcos Palmeira o mérito de ser o protagonista do filme. A dúvida em ser ou não um marido traído pela bela Dira Paes (apensas discreta no papel) era ótimo.
A Bruno coube fazer o papel do homem quarentão recém-separado que fica em dúvida em se envolver ou não com uma Lolita de 17 anos (rendendo ótimos momentos). Fechando o triângulo Emilio Orciollo Netto como um escritor em crise que se apaixona por uma prostituta. Ermilio me surpreendeu, pois achei que ficaria devendo aos demais e não foi o caso. Vale um parentese: Seu Jorge esteve impecável como o garçom do bar onde os amigos se encontram. Seus conselhos eram impagáveis.
O filme está saindo de cartaz dos cinemas dos shoppings, mas ainda deverá ficar em cartaz em cinemas menores. Daí fica a dica para o seu cineminha deste próximo fim de semana ou uma boa opção para a locação de um dvd daqui a algum tempo.
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