Há 100 anos, Vila Velha era contemplada com um marco para a mobilidade e crescimento urbano do município com a instalação dos trilhos e bondes na cidade. E a época dourada em que muitos guardam em sua memória, está retratada em fotos e textos na exposição “100 anos de Saudade”, na Casa da Memória, Parque da Prainha. É sem dúvida uma viagem ao tempo, em fotos e textos, expostos de segunda a sexta, das 8 às 18h até o dia 07 de junho.
História
No dia 12 de abril de 1912, dois bondes elétricos foram inaugurados em Vila Velha e cinco meses depois a empresa Viação Elétrica comprou mais dois conjuntos e uma gôndola. Os bondes circulavam por dez quilômetros de trilhos em Vila Velha. A inauguração do novo meio de transporte marcou uma era em que Vila Velha começou a crescer com a energia elétrica em 1910 e também em 1912, a instalação da água encanada.
A tripulação dos bondes - motorneiro, condutor, fiscal e fiscal geral - recebiam passageiros vestidos de uniforme cáqui e quepes. O motorneiro acionava e conduzia o bonde, o condutor tinha a função de cobrar as passagens e o fiscal, ficava na parte de trás. O percurso em Vila Velha era de 10 km de trilhos, por onde circulavam dois bondes. Um saía do Centro, outro de Paul, e o cruzamento dos dois acontecia na Estação de Aribiri.
Boas lembranças
Juntas, Vila Velha e Vitória tiveram 25 bondes. Apenas um restou e ficava na sede da Escelsa em Carapina, Serra, e que foi cedido à Prefeitura de Vila Velha para resgatar a memória da época dourada dos bondinhos. Principal meio de transporte da época, ele foi fabricado nos Estados Unidos e era todo aberto para ventilação, com assentos de madeira.
Exposto na Casa da Memória, quem passa por lá para com curiosidade para apreciar o bonde. Seja jovem ou idoso o charmoso meio de transporte do século passado encanta, como o caso da jovem comerciante Priscila Braga. “Estou aqui achando muito lindo. Gosto de ver a história e ver ao vivo em cores o bonde que circulou no passado na cidade. É muito interessante”, comentou.
Para o professor Carlos Roberto Barbosa, que andou nos antigos bondinhos, histórias e recordações não faltam em sua memória. “Era uma época muito boa. Era meu principal meio de transporte. Eu e meus amigos aprontávamos muito dentro dos bondes. Disputávamos corridas, tentávamos pegar o bonde em movimento. Como essa exposição me trouxe saudade!”, falou.
Outro senhor que não escondeu o saudosismo da época dourada, foi o advogado Eduardo Moll. Com os olhos marejados, contou dos bons momentos dentro do bonde “Estou aqui olhando e lembrando tempos áureos, onde não existia violência. Eu passeava com namoradas e tentava enganar o condutor para não pagar passagem. Essa exposição do bonde me fez fazer um retrospecto de toda minha vida”, contou.
A exposição estará na Casa da Memória, até o dia 07 de junho. A entrada é franca.
Exposição: “100 anos de saudade”
Local: Casa da Memória, Prainha
Horário: segunda sexta, das 8 às 18h.
Mais informações: (27) 3389-7059
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