Seguindo a linha de filmes nacionais de comédia pop 'Vai Que Dá Certo' chegou às telonas com a missão de manter a boa fase dos filmes brasileiros do gênero. Capitaneado por Fábio Porchat, em grande fase na carreira, a atração prometia trazer de volta os risos à platéia após os fracassos dos roteiros de 'Totalmente Inocentes' e 'Os Penetras'. Será que conseguiu? Confira agora na crítica do Outros 300.
Feito para dar certo
Convencional 'Vai Que Dá Certo' aposta em piadas comuns e funciona
Das últimas três grandes produções de humor do país nas telonas 'Totalmente Inocentes','Os Penetras' e 'De Pernas pro Ar 2' apenas o último conseguiu apresentar bom roteiro deixando o público que gosta dos filmes nacionais de humor em desconfiança, podendo, inclusive, fazer com que o nicho de filmes de comédia pop brasileiro, perdesse o status de coqueluche do momento.
Com isso imaginem a responsabilidade da turma de 'Vai Que Dá Certo', um filme que, perdoem-me o trocadilho, tinha que dar certo. Outros fatores traziam a apreensão por trás do filme: Fábio Porchat, em grande fase nos teatros, TV e principalmente na internet, havia começado com pé esquerdo nas telonas, pois seu primeiro trabalho como protagonista de um filme (em 'Totalmente Inocentes') foi um homérico fracasso, atrapalhado, e muito, por um terrível roteiro.
Em 'Vai Que...' sua missão iria além de apenas de emprestar seu carisma à frente das câmeras, pois exatamente era dele (em parceria com Mauricio Farias) a responsabilidade de escrever o roteiro.
Com tanta coisa em jogo não era de se surpreender que ambos tomassem o caminho mais fácil: O de fazer um feijão com arroz básico, sem riscos ou inovações que pudessem por a prova o sucesso da empreitada.
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A sorte (competência?) foi que não arriscar não fez o filme ser ruim, ou sem graça, longe disso até. Escrito de forma simples o filme agrada por ser exatamente simples. Menos é literalmente mais.
A trama
Cinco amigos dos velhos tempos se encontram com problemas financeiros e resolvem se reunir para praticar um golpe contra uma transportadora de valores. O plano é ótimo e Danilo (Lúcio Mauro Filho) trabalha lá já tem tudo esquematizado na cabeça. Agora, ele só precisa que Rodrigo (Danton Mello), Vaguinho (Gregório Duvivier), Amaral (Fábio Porchat) e Tonico (Felipe Abib) se concentrem nas coordenadas para faturar uma grana alta e fácil.
Mas a sorte não parece estar do lado do quinteto e eles vão ter que se virar para honrar o compromisso com um "empresário do mal", que financiou o armamento do grupo. Será que eles conseguem? É quando pinta a ideia de recorrer a um outro amigo de infância, o político Paulo (Bruno Mazzeo). A confusão está armada e tem tudo para dar errado.
Elenco
Com um roteiro básico era impossível que feras do nosso novo humor no país não deitassem e rolassem em cena e o que se viu foi um festival de boas atuações. O "estreante" Felipe Abib, Natalia Lage e Danton Mello mandaram muito bem em seus papéis, não comprometendo.
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O Bob Pai e o Bob Filho do cinema Lúcio Mauro e Lúcio Mauro Filho também arrebentaram. O talento do Lúcio Pai sempre foi e é inquestionável, mas fiquei realmente feliz com o papel dado ao Lúcio Filho, um papel onde ele finalmente pode expor seu grande talento (o melhor sotaque paulista do filme foi o dele). Bruno Mazzeo, só para variar, esteve muito bem no papel do almofadinha Paulo (mas falar bem dele é chover no molhado né?)
Contudo quem roubou a cena mesmo foi a dupla Fábio Porchat e Gregório Duvivier. A dupla esteve impecável e impagável em cena, ratificando a grande fase de ambos e da trupe da 'Porta dos Fundos' na internet. Duvivier especialmente estava hilário.
Divertimento certo
Se não entrará para o rol de grandes filmes de todos os tempos 'Vai Que...' é garantia de risada na certa, especialmente nas cenas de ação, onde o elenco, entrosado, manda muito bem. Bem dirigido (por Mauricio Farias de 'Tapas & Beijos da TV Globo), roteirizado e interpretado, o filme mostra que a turma do novo humor no Brasil voltou com tudo.
Vá ao cinema e prepare-se para dar umas boas risadas com um filme leve e bem divertido. Eu gostei!
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