segunda-feira, 25 de março de 2013

POEMA "PARA VITÓRIA", DE IZABELA BRAVIN



Izabela Bravin, 17, capixaba e canela verde, ateia, vegetariana, feminista, simpatizante do comunismo, pretende cursar filosofia, adora chás e cafés amargos, gosta de andar pelada em casa, faz bolo aos domingos e morre de vergonha do que escreve. Confira, abaixo, o poema “Para Vitória”:

PARA VITÓRIA
 
por lá
dentre tantos morros
há um rei -dizem-
 
em cada praia
uma marina
fazendo amor
 
em cada saia
uma menina
um congo, um tambor
 
é lá
casinha branquinha
por sobre a penha
dizendo "olá" a quem vem do mar
 
é lá que mora o Espírito Santo
de frente pro mesmo mar
do cais de Iemanjá
 
é lá que mora a paz
junto à menina Vitória
atrevidinha
que mora no mar
que estende as mãos
à prima velhinha
"me segura , que quero boiar"

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