André Serrano é aluno de Letras Português (UFES). Escritor
em formação, começa a tirar seus textos da gaveta, publicando onde pode, quase
sempre desdobrando-se nos meios internéticos. Sente-se confortável em escrever
contos, mas vez ou outra arrisca uns versos. Participa do grupo CONFRARIA DOS
BARDOS (www.confrariadosbardos.wordpress.com/),
recitando em saraus e discutindo literatura em domingos regados a café.
Confira, abaixo, o poema “Inspira/Expira”:
INSPIRA/EXPIRA
A Baudelaire
Estou infectado de poesia.
Inspiro este ar denso, venenoso;
este ar industrial – fuligem, minério, poeira.
Miasmas exalam de flores estranhas,
feitas de plástico, de vidro, de aço.
Estão em vasos, sem ornamentos, arraigados
à janela dos apartamentos.
Embriago-me, porque quero esquecer.
Esqueço-me, quando estou embriagado.
Mas todas as faculdades se clareiam,
e os sentidos se expandem.
Catarro, catarse.
Expiro fumaça negra, forte cheiro de enxofre.
O mundo queima (fogo-fátuo!) dentro de mim
Estou infectado de poesia.
Inspiro este ar denso, venenoso;
este ar industrial – fuligem, minério, poeira.
Miasmas exalam de flores estranhas,
feitas de plástico, de vidro, de aço.
Estão em vasos, sem ornamentos, arraigados
à janela dos apartamentos.
Embriago-me, porque quero esquecer.
Esqueço-me, quando estou embriagado.
Mas todas as faculdades se clareiam,
e os sentidos se expandem.
Catarro, catarse.
Expiro fumaça negra, forte cheiro de enxofre.
O mundo queima (fogo-fátuo!) dentro de mim
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