As comemorações dos 164 anos da Revolta de
Queimado começaram na terça-feira, 12, na Serra, com a abertura da Exposição
sobre o tema, na Casa do Congo, em Serra Sede, e prosseguem até o dia 21. A Insurreição de
Queimado, considerada a maior revolta de escravos da história do Estado,
ocorreu no dia 19 de março de 1849.
Para lembrar o fato histórico, a
Prefeitura da Serra, por meio das secretarias de Direitos Humanos e Cidadania,
juntamente com a pasta de Turismo, Esporte, Cultura e Lazer (Setur), Fórum
Chico Prego e de Matrizes Africanas promovem uma série de atividades com o
objetivo de provocar a reflexão sobre este acontecimento, que tem como cenário
o Distrito de Queimado e a Serra Sede, onde Chico Prego, líder da revolta, foi
enforcado.
Duas Sessões Solenes fazem parte das
atividades. A da Assembleia Legislativa acontece no dia 19, com homenagem ao
músico Jair Rodrigues e Sebastião Sabino, secretário da Sedir, entre outros,
que vão receber a Comenda Chico Prego. A Câmara de Vereadores vai
homenagear o músico e agitador cultural Fábio Carvalho, na quinta-feira,
dia 21.
Revolta de escravos foi contida
pelo Império
Segundo relatos históricos, cerca de 300
escravos - liderados por Eliziário, Chico Prego e João Monteiro, o João da
Viúva - se rebelaram, em 18 de março de 1849, para cobrar uma suposta promessa
feita pelo Frei Gregório José Maria de Bene, um italiano, que teria prometido
alforria aos escravos que trabalhassem na construção de uma igreja, em São José do Queimado.
A promessa não foi cumprida e, durante
cinco dias, os revoltosos percorreram as fazendas próximas obrigando alguns
donos de escravos a conceder-lhes alforria. O movimento foi contido pela
polícia de Vitória e do Rio de Janeiro. Os rebelados foram presos e julgados,
cinco deles condenados à morte. Um dos líderes da Revolta, Elisiário, escapou
da cadeia e refugiou-se nas matas do Morro do Mestre Álvaro e nunca mais foi
recapturado. Chico Prego foi capturado e enforcado, em 11 de janeiro de
1850. Hoje, nomeia a Lei de Incentivo Cultural do Município. A Revolta
ficou conhecida como o maior movimento em favor da liberdade e o maior símbolo
da resistência do africano à escravatura no Estado.
Estudo Arqueológico e Histórico do Sítio
Histórico de Queimado, realizado em 2008, por uma equipe de arquitetos
urbanistas da Fundação Ceciliano Abel Almeida, a pedido da Prefeitura da Serra,
propõs um Plano de Reabilitação do local. Por meio de documentos, o estudo
mostra evidências de Queimado ter sediado um movimento libertário baseado no
ideal de alforria e também o grau de crescimento econômico do Distrito, que
chegou, inclusive, a ter, em 1847, uma escola e, em 1837, uma escola feminina
na região. O nome Queimado teria vindo da constante fumaça proveniente da
queima de madeira para uso nas embarcações que utilizavam o Rio Santa Maria
para escoar produtos.
Programação - 164 anos da
Insurreição de Queimado: http://www.serra.es.gov.br/secom-secretaria-de-comunicacao/2013/03/insurreicao-de-queimado-sessoes-solenes-na-ales-e-na-camara
FONTE: PMS
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