sexta-feira, 8 de março de 2013

LICENÇA CRÔNICA: SANDRO BAHIENSE



Sandro Bahiense é professor, bibliotecário e amante das coisas que envolvam escrita. Lançou em 2008, em parceria de Ricardo Salvalaio e de mais 7 colegas poetas, a coletânia de poesias "8 Vezes Poeta", trabalho em que pôde expor um pouco de seus sentimentos e arte. Ficou conhecido entre os colegas da UFES por fazer uma crônica para cada um deles. Além de crônica e poesia, Sandro também escreve artigos de opinião, contos e máximas. Tais trabalhos podem ser vistos em seu próprio blog cujo endereço é http://sandrobahiense.blogspot.com/. Sandro trabalha também, claro, neste blog como um dos colunistas. Confira, abaixo, a crônica "O que o louco não sabia”:

O QUE O LOUCO NÃO SABIA

Até quando ídolos de rock tem que ser ídolos de rock? Até quando precisam se embriagar tanto na vida? Causar tanta comoção? Agitação, inquietação...?
Por que suas mortes tem de ser tão traumáticas, teatrais, quase dramas Shakespearianos do mundo moderno? Por que? Tantas perguntas e tantas respostas em solos de guitarra...

Chorão morreu da forma que viveu. Abrupto, chocante, intenso, louco, explosivo... Cantou a vida simples e a propagandeou aos quatro cantos. Segundo ele, também viveu a vida assim, com liberdade. Sabemos que, a bem da verdade, Chorão teve os seus problemas com a mais pesada de todas as drogas: A solidão. "Mal do século" bradaria Renato Russo, outra vítima da mesma droga, se estivesse vivo.

Alguns burocratas irão dizer que a morte foi por cocaína, ou burrice, mas descarto tais resoluções “antirockandrollianas”. O que ocorreu ali foi diferente. Corria pelas veias de Alexandre uma vontade de viver, de cantar que a porra da vida era, e é, boa pra caralho, e que a gente não tem que perder tempo com bobagens ou problemas banais. Chorão quis ter uma banda de rock, quis andar de skate, conhecer o mar e conquistar a menina que julgava ser proibida pra ele.

E Chorão teve seu mar, seu skate, sua banda e sua Grázon. Cantou uma monte de coisa bobinha, chavões de banda de rock que só quer que você entenda que
a simplicidade ainda é o melhor caminho pra vida e que devemos fazer da correria de nossa vida uma vida de correria. Cantor paz, mas deu porrada na cara de almofadinha que se diz roqueiro, cantou a guerra, mas amou pra cacete, cantou a liberdade e estava preso pelas drogas. Paradoxalmente simples. Contraditóriamente controverso. Verso e prosa. rap e rock, dócil e rude, vivo e morto.

Vai nessa, Chorão, que a gente segue daqui tentando viver a vida com mais simplicidade e buscando não errar os seus erros. Valeu pela dica e tá perdoado pela vacilada. Não tem nada, não... Até disso a gente pode tirar umas lições para contar para a nossa molecada. 

Somos loucos e sabemos...  



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