Sandro Bahiense é professor, bibliotecário e amante das coisas que
envolvam escrita. Lançou em 2008, em parceria de Ricardo Salvalaio e de mais 7
colegas poetas, a coletânia de poesias "8 Vezes Poeta", trabalho em
que pôde expor um pouco de seus sentimentos e arte. Ficou conhecido entre os
colegas da UFES por fazer uma crônica para cada um deles. Além de crônica e
poesia, Sandro também escreve artigos de opinião, contos e máximas. Tais
trabalhos podem ser vistos em seu próprio blog cujo endereço é http://sandrobahiense.blogspot.com/.
Sandro trabalha também, claro, neste blog como um dos colunistas. Confira,
abaixo, a crônica "O que o louco não sabia”:
O QUE O LOUCO NÃO SABIA
Até quando ídolos de rock
tem que ser ídolos de rock? Até quando precisam se embriagar tanto na
vida? Causar tanta comoção? Agitação, inquietação...?
Por que suas mortes tem de
ser tão traumáticas, teatrais, quase dramas Shakespearianos do mundo moderno?
Por que? Tantas perguntas e tantas respostas em solos de guitarra...
Chorão morreu da forma que
viveu. Abrupto, chocante, intenso, louco, explosivo... Cantou a vida simples e
a propagandeou aos quatro cantos. Segundo ele, também viveu a vida assim, com
liberdade. Sabemos que, a bem da verdade, Chorão teve os seus problemas com a
mais pesada de todas as drogas: A solidão. "Mal do século" bradaria
Renato Russo, outra vítima da mesma droga, se estivesse vivo.
Alguns burocratas irão
dizer que a morte foi por cocaína, ou burrice, mas descarto tais resoluções “antirockandrollianas”.
O que ocorreu ali foi diferente. Corria pelas veias de Alexandre uma vontade de
viver, de cantar que a porra da vida era, e é, boa pra caralho, e que a gente
não tem que perder tempo com bobagens ou problemas banais. Chorão quis ter uma
banda de rock, quis andar de skate, conhecer o mar e conquistar a menina que julgava
ser proibida pra ele.
E Chorão teve seu mar, seu
skate, sua banda e sua Grázon. Cantou uma monte de coisa bobinha, chavões de
banda de rock que só quer que você entenda que
a simplicidade ainda é o
melhor caminho pra vida e que devemos fazer da correria de nossa vida uma vida
de correria. Cantor paz, mas deu porrada na cara de almofadinha que se diz
roqueiro, cantou a guerra, mas amou pra cacete, cantou a liberdade e estava
preso pelas drogas. Paradoxalmente simples. Contraditóriamente controverso.
Verso e prosa. rap e rock, dócil e rude, vivo e morto.
Vai nessa, Chorão, que a
gente segue daqui tentando viver a vida com mais simplicidade e buscando não
errar os seus erros. Valeu pela dica e tá perdoado pela vacilada. Não tem nada,
não... Até disso a gente pode tirar umas lições para contar para a nossa
molecada.
Somos loucos e sabemos...
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