Nascido no sul dos Estados Unidos da América dentre as décadas de 1940 e 1950, o rock’n’roll é um estilo musical de origem negra, proveniente de uma mistura entre o blues, o jazz e a country music, além de outros, como o gospel, o folk e o boogie-woogie. Dono de várias vertentes desde sua criação, o rock, como também é conhecido, já passou pelo rockabilly, pelo twist, pelo metal, pelo hard rock, até chegar ao chamado “rock farofa”, “rock de Seattle”, nu metal e tantas outras quanto se pode conceber! Em 1985, o cantor e compositor irlandês Bob Geldof juntou algumas das maiores bandas de rock da década para um concerto humanitário em prol das vítimas da fome da Etiópia, chamado Live Aid. A data, 13 de julho. Estava criado o “Dia Mundial do Rock”.
Filho de um ex-músico profissional, tudo tenho a ver com o ritmo. Cresci ouvindo, basicamente, rock’n’roll. Não que outros estilos não chegassem até a minha casa, mas o que imperava em nossos “toca-discos” era uma mistura de Elvis Presley, The Beatles, Rolling Stones e os brasileiros da “Jovem Guarda” (Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderléa e sua turma). Também havia espaço para posteriores como “Os Pholhas”, “Os Fevers”, “Os Incríveis Internacionais” e para a trinca da década de 1970: Black Sabbath, Deep Purple e Led Zeppelin. Tudo isso fez com que, confesso, não saiba até hoje quase nada (ou absolutamente nada) de MPB. Anda, vira e mexe, sou motivo de piada por conta disso...
A minha paixão, no entanto, foi o rock da década de 1980. Internacional, obviamente. Brasileiro? Nem pensar! No máximo um Barão Vermelho ou um Capital Inicial, mas, o que tocava no meu LBT – A20 (“cinco-em-um” da Sony, presente de aniversário do meu pai, super moderno para a época e risível para a geração iPod de hoje em dia) eram o bom, velho e eterno Iron Maiden; Metallica (antes da fase do Black Album); Scorpions, Gamma Ray, Saxon, Angra, Def Leppard, Judas Priest e, de vez em quando, um Sepultura e um Mötorhead. Às vezes fazia concessões ao som “leve” de Guns’n’Roses, Bom Jovi, Europe e outros. Nunca gostei da Grunge music, sendo sempre fiel ao som oitentista.
Todas essas influências fizeram com que eu me enveredasse para o rock. Eram os anos 1990 e eu dava meus passos, concomitantemente, na música e na literatura. Sempre achei que as duas artes se combinavam. Utilizei-me de alguns versos de Iron Maiden para a epígrafe do meu primeiro romance, “Asas de Cera”, de 1995. Foi um escândalo para a época e cheguei até a parar no Caderno 2 de “A Gazeta”, em uma matéria sobre a banda. Tinha, então, tenros 16 anos e duas fotos preferidas: uma, que virou a orelha do livro e que ficava na parte de baixo da minha estante; outra, em que empunhava uma guitarra Gianini Fender Stratocaster preta-e-branca, semelhante à de Eric Clapton e que ficava na parte de cima. Puro jogo de cena: nunca passei de três acordes!
Minha relação com a música, aliás, sempre foi interessante: consumidor contumaz dos CDs da extinta loja “Tarkus”, da Praia do Canto, numa época em que nem se pensava em pirataria, resolvi arriscar. Como disse, comecei com a guitarra, mas logo vi que as cordas não eram muito comigo; então, migrei para o teclado. Fui até razoavelmente bem, mas, logo percebi que tocar não era muito a minha praia. Resolvi, então, fazer canto, com a minha eterna mestra Elaine Rowena e soltar uns agudos à la Bruce Dickinson. Como me divertia! Foi nessa época a primeira banda, que trocava de nome toda a semana: Metropolis, Metropolitan, Vektor, até parar em Silver Spirit. Com esta última denominação, lançamos nosso risível primeiro e único CD demo. Mal sabíamos tocar e já começamos “compondo”. Tenho-o até hoje. Nem consigo ouvir minha voz! Será que isso é bom ou ruim?
Ainda tenho guardado o LBT-A20. As duas fotos também continuam comigo, mas a do escritor, agora, está em cima e a do “roqueiro”, embaixo. Isso não significa que não goste mais de rock, mas, minha relação com ele se resume a ouvi-lo no carro, indo para o trabalho. Confesso que meu dial anda dividido entre notícias e até outros ritmos, como a música pop e um pouco de rap e hip-hop. Já me peguei ouvindo Shakira e Beyoncé. Lady Gaga, jamais! Acho, no entanto, que isso marca algo tradicional ao estilo: as “antigas” gerações vão cedendo espaço para as novas e o amor ao ritmo vai passando de pai para filho, de irmão para irmão. Foi assim comigo. É por isso que sou completamente contra essa discussão sobre o fim do rock’n’roll. Enquanto houver um garoto idealista, como fui eu, o estilo continuará vivo. Rock não precisa de propaganda – ele mesmo se propagandeia. Por isso, neste 13 de julho, eu e toda a nação roqueira gritamos bem alto: long life to rock’n’roll!
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