Ele já foi sensação do Brasil, mas... Alguém lembra dele?
A massificação da internet e a enxurrada de aparecimento de programas de TV que visam transformar anônimos em celebridades nos trazem, dia a dia, uma série de novos "artistas". Com parca - ou nenhuma - formação artística, esses jovens tem vida curta na cada vez mais efêmera parada de sucesso e logo caem no ostracismo. Este é o preço, pesado, da internet e da TV que começa a parir seus primeiros filhos.
Atualmente a internet produz sucessos estratosféricos, estrondosos e proporcionalmente ligeiros, mas a pouco tempo atrás esse papel era da TV, que em programas transformavam cantores (as) anônimos (as) em super celebridades em questão de segundos. Daí alguns programas surgiram, uns bons, outros medianos e outros bizarros, mas todos com um ponto em comum: Lançar um desconhecido ao estrelato instantaneamente.
Pepe e Nenem. Talentosas ou foram sensação por cantarem Michael Jackson sem saber falar inglês?
Logo surgiram programas como Fama, Popstar, Ídolos e os Calouros do Raul Gil. Ou casos inusitados como o da dupla carioca Pepe e Nenem que foram descobertas cantando Michael Jackson em estações de metrô no Rio. Elas foram descobertas, adivinhem, pela TV, claro.
Banda "Rouge" com seu grande hit "Ragatanga" (Sim, isso é nome de música).
Absolutamente nenhum dos vencedores dos tais programas conseguiu manter 10% do sucesso que teve ao vencer os campeonatos (vocês lembrar do Rouge?) e alguns deles pensaram até em desistir da carreira tempos depois, caso de Leandro Lopes (o desconhecido da foto da capa) que pensou em abandonar a música ao perceber que a repercussão do programa não foi suficiente para impulsionar sua carreira. “A vendagem do meu primeiro disco foi fraca. Sabia que a gravadora não iria bancar um novo projeto. Bateu uma desanimada forte. Só continuei por causa dos meus fãs”, disse. Atualmente, Lopes é vocalista da inexpressiva banda de axé Rapazzola. Hoje em dia a TV cedeu espaço a internet.
Internet o combustível para a explosão dos hits-chicletes.
Michel Teló. Será que alguém lembrará dele daqui a dez anos?
Michel Teló. Será que alguém lembrará dele daqui a dez anos?
Michel Teló não se cansa de falar que seu hit "Ai se eu te pego" tem mais de um milhão de visualizações no You Tube. De fato a internet é a mola que tem jogado para o alto não só Michel Teló como outros artistas-compositores dos hits-chicletes. Estes que atualmente tem povoado a TV, o rádio e principalmente as telas de computador e que tem como refrão alguma onomatopeia sexual sem sentido.
O nosso panorama atual aponta para isso. Teló, Lima e outros correm atrás de hits como quem corre atrás de ouro. Pouco importa a qualidade do trabalho e sim o sucesso que ele poderá obter. Com isso o vídeo que rendeu um milhão de visualizações hoje pode ser do mesmo artista que será só uma vaga lembrança na memória daquele mais atento, não é mesmo Luka, POBox, Bragaboys, Virgulóides, Edson Cordeiro e Twister?
Aliás, falando no Twister (uma espécie de Backstreetboys misturados com Dominó), os paulistas foram os primeiros a fazer estrondoso sucesso na internet. Surgidos em 2000, época da "domesticação" da internet no Brasil, eles foram os primeiros a alcançarem grande número de acessos no You Tube. Um sucesso! Sem talento e com letras pobres que beiravam o ridículo, doze anos depois ninguém deve fazer ideia quem seja tal grupo.
"40 graus". Grande "sucesso" do Twister. Lembra agora?
Esse deve ser o fatal destino, por exemplo, dessa turma do sertanejo universitário - ou de grande parte deles - um grande sucesso hoje, e um ostracismo gigante amanhã. Pelo menos se eles não melhorarem as terríveis "letras" das músicas deles de hoje em dia. Caso não haja mudança desconfio quem serão os netos do ostracismo...
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