"Já sei, porque ele é
preto, gordo e cafajeste!" Foi assim que Tim Maia respondeu ao produtor
musical e grande amigo Nelson Motta, quando este lhe deu a notícia de que sua
filha queria batizar seu gatinho de estimação de "Tim". Contrariando
a profecia Maia, Nelson relata na biografia "Vale tudo - O som e a fúria
de Tim Maia" que o animalzinho era "cinzento, magrinho e
carinhoso", trazendo só amor e alegrias, algo que o "síndico"
continua proporcionando a quem o ouve.
Há exatos quinze anos, o
síndico Tim Maia pegou o
elevador para nunca mais descer. Brigado com as grandes gravadoras, com a voz
já definhando e cheio de dívidas um dos maiores cantores da música brasileira
acabou vítima de seus excessos com meros 55 anos. Felizmente ele nos deixou uma
obra vasta o bastante para que a saudade seja ao menos aplacada. Já a sua falta
de cerimônia e bom-humor fazem muita - imaginem como seria o twitter dele...
Tim Maia morreu após passar uma semana internado vítima de falência múltipla dos órgãos. Ele passou mal no momento em que comçava a gravação de um especial para o canal a cabo Multishow.
Para marcar a data o Outros 300 relembra alguns momentos fundamentais do cara que introduziu a black music na MPB.
Tim Maia morreu após passar uma semana internado vítima de falência múltipla dos órgãos. Ele passou mal no momento em que comçava a gravação de um especial para o canal a cabo Multishow.
Para marcar a data o Outros 300 relembra alguns momentos fundamentais do cara que introduziu a black music na MPB.
O começo e o sucesso
Tim era da mesma turma tijucana que deu á MPB Roberto Carlos e Erasmo Carlos. Enquanto seus amigos ficavam famosos com a Jovem-Guarda ele estava penando nos Estados Unidos. Ao voltar ele foi tentando se reenturmar. Gravou compactos sem sucesso e convenceu o já mega-famoso Roberto Carlos a gravar a sua Não Vou Ficar para seu disco de 1969. No mesmo ano ele aparece ao fazer dueto com Elis Regina em “These Are The Songs”. O primeiro disco sai finalmente em 1970 e estoura com clássicos como “Azul da Cor do Mar” e “Primavera” (Vai Chuva). A fórmula de soul-funk-samba-MPB rendeu mais três discos de grande sucesso.
Tim era da mesma turma tijucana que deu á MPB Roberto Carlos e Erasmo Carlos. Enquanto seus amigos ficavam famosos com a Jovem-Guarda ele estava penando nos Estados Unidos. Ao voltar ele foi tentando se reenturmar. Gravou compactos sem sucesso e convenceu o já mega-famoso Roberto Carlos a gravar a sua Não Vou Ficar para seu disco de 1969. No mesmo ano ele aparece ao fazer dueto com Elis Regina em “These Are The Songs”. O primeiro disco sai finalmente em 1970 e estoura com clássicos como “Azul da Cor do Mar” e “Primavera” (Vai Chuva). A fórmula de soul-funk-samba-MPB rendeu mais três discos de grande sucesso.
Fase Racional
Em 1974 Tim em uma de suas
tradicionais pirações entrou de cabeça em uma seita com sede em Nova Iguaçu chamada
"Universo em Desencanto". o cantor então transforma todas as faixas
que estava gravando em hinos de pregação e acaba dispensado de sua gravadora.
Por conta própria ele lança os dois volumes de "Tim Maia Racional" e
segue em busca da iluminação. O público obviamente não entendeu nada.
Desiludido Tim abandona a seita, destrói as cópias dos discos e nunca mais os
reedita. Os álbuns com o tempo adquirem estatus míticos e as raras cópias
trocam e mãos por pequenas fortunas.
Tim Maia volta então para a
música do corpo lançando discos de grande qualidade, mas de pouco sucesso. Ele só retorna à boca do
povo em 1978 junto com a onda disco. São dessa época faixas como “Acenda O Farol”
e “Sossego”.
Anos 80 e além
Nos anos 80 Tim fez mais
sucesso com baladas que por muitos foram chamadas de brega como “Me Dê Motivo”
ou “Pede a Ela”.
Mas ele também entregou alguns clássicos para a nossa música dançante. Alguém
imagina a vida sem “Do Leme Ao
Pontal” ou “Descobridor
Dos Sete Mares”? Por outro lado, nessa época o artista começa a ficar menos
conhecido que a sua persona pública, o cantor sem papas na língua, que falta em
shows e briga com quem pode e não pode. Nos anos 90, sem contrato acaba
produzindo ele mesmo seus discos quase todos com arranjos pobres e faixas que
se repetem à exaustão. Mas ainda era possível ver o seu gênio especialmente
quando ele gravou clássicos da bossa nova e da soul music.
Fonte: Arcervo pessoal, Tribuna de Minas e Vagalume.
Fonte: Arcervo pessoal, Tribuna de Minas e Vagalume.
Confira, na íntegra, 2 grandes shows do síndico:
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