Livro
de juíza da vara de família do Rio de Janeiro relata histórias que ela
presenciou em sua rotina diária de trabalho
A juíza da vara de família do Rio de Janeiro, Andréa Pachá, já
acompanhou diversos casos envolvendo o dia a dia de várias pessoas. Histórias
de amor, traição, ódio, abortos, vários temas que envolvem famílias brasileiras
fizeram parte do seu cotidiano. Sempre tendo que ter uma análise profissional e
deixar de lado a de uma mulher comum, a juíza Andréa acompanhou diversos finais
felizes, tristes e as mudanças da sociedade e da família com o passar dos
tempos.
Parte destas histórias fez com que a juíza as relatasse em um livro,
onde ela reúne diversos casos que presenciou e conta tudo com uma ótica leve e
humana. O curioso é que a própria juíza teve a ideia de criar um
livro a partir de uma mudança nos tempos: as redes sociais. Um dos motivos da
criação do livro foi quando Andréa começou a compartilhar as histórias em que
trabalhava no Facebook. A partir daí, houve um interesse de cidadãos comuns e
amigos da juíza pelos relatos e a sugestão da criação de um livro. “Percebi um
grande interesse e uma enorme identificação dos amigos. Parece que de alguma
forma, todos já enfrentaram ou enfrentarão os problemas decorrentes do fim do
amor. As publicações foram se multiplicando e a transformação em livro foi um
processo quase natural”, garante Andréa.
O lançamento em Vitória tem um motivo especial, os amigos que a juíza
tem por aqui e também o fato do atual crescimento da cidade. “O crescimento e
os avanços da cidade e do Estado tem sido percebidos em todo o país e a
formação dos moradores da cidade é muito consistente”, afirma a juíza. O livro
já foi lançado no Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Florianópolis,
Recife e Belo Horizonte. Para Zuenir Ventura, que
assina o texto de orelha, “com o material ercolhido, Andréa poderia ter escrito
um tratado de Direito, um manual de Psicologia ou um guia de autoajuda
comportamental”, garante o escritor.
Sobre a autora
Andréa Maciel Pachá é juíza de Família do Tribunal de Justiça do Rio de
Janeiro. Foi Conselheira do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), responsável
pela criação do Cadastro Nacional de Adoção, pela Comissão de Conciliação e
Acesso à Justiça e pela implantação das Varas de Violência contra a mulher em
todo o país. Presidiu em 2008 e 2009 duas jornadas sobre a Lei Maria da Penha,
com objetivo de discutir aspectos doutrinários e traçar políticas para
especialização das Varas. Foi vice-presidente de Comunicação da Associação dos
Magistrados Brasileiros (AMB) e integrou a equipe que produziu a Cartilha sobre
as novas regras para a adoção. Coordenou a campanha pela Simplificação da
Linguagem Jurídica, publicando uma cartilha para entender o juridiquês. Andréa
também é convidada para dar palestras sobre casos de violência doméstica e
tráfico de mulheres. Foi produtora de teatro e trabalhou com Amir Haddad,
Aderbal-Freire Filho, Luis Arthur Nunes e Rubens Correa.
Abaixo, confira uma
pequena entrevista com a escritora Andréa Pachá:
1 – Doutora, o que esta obra representa para a senhora? Sabemos que foi
por uma rede social que houve o interesse pelas histórias, mas como foi tomar a
decisão de escrever um livro para o público em geral?
Durante 15 anos fui juíza em uma Vara de Família. Observando os mais de 18.000
casais nas audiências, percebia diariamente a riqueza e a densidade dos
conflitos naturais da nossa condição humana. O interesse pela publicação das
histórias começou há mais de dez anos. Recolhi o material acumulado e, aos
poucos, comecei a publicar algumas histórias, em forma de crônicas, no
Facebook.
Percebi um grande interesse e uma enorme identificação vindo dos amigos.
Parece que de alguma forma, todos já enfrentaram ou enfrentarão os problemas
decorrentes do fim do amor. As publicações foram se multiplicando e a
transformação em livro foi um processo quase natural.
O que tenho percebido, com a circulação crescente do livro, é que havia
uma grande curiosidade, especialmente no que diz respeito às inquietações de um
juiz que atua nesses conflitos familiares.
Todos os textos são escritos na primeira pessoa e para mim, foi
fundamental ter conseguido expor de maneira tão confessional e íntima a maneira
com que assisti às alegrias e às dores individuais e que dizem respeito à nossa
humanidade.
2 – Para a senhora devido a participar ( ouvir e decidir sobre) tantas
histórias, algumas tristes, outras inéditas, como foi decidir qual expor para
os leitores?
Optei por ficcionar algumas histórias que são muito repetidas. É claro
que cada processo diz respeito a poucas pessoas. No entanto, os conflitos são
muito similares. Amor, ciúme, ódio, ressentimento, traição, enfim, são emoções
presentes em inúmeros processos.
Escolhi algumas mais banais, outras mais inusitadas e ainda deixei
dezenas de outras histórias que tenho vontade de escrever em um outro momento.
O livro é dividido em quatro partes: Amores líquidos, pais e filhos,
realidade ampliada e recomeços. Tanto os problemas conjugais quanto familiares
estão presentes nas crônicas. Além de conflitos mais atuais como traição
virtual, relacionamentos homoafetivos, paternidade sócio-afetiva, dentre
outros.
3 – Existe a possibilidade de um novo livro?
Escrever é para mim um exercício diário. Parece que o mundo ou a
maneira de pensar o mundo ficam mais simplificados quando eu consigo escrever.
É como se eu organizasse as idéias pelas palavras. Continuo escrevendo
histórias. Se o fluxo dessa produção resultar em outro livro, claro que será
publicado.
Não sei, ainda, se em forma de crônicas, romance ou roteiro, mas existe,
sim, a possibilidade de um novo livro.
4 – Qual foi o motivo de um lançamento em Vitória? A senhora conhece a
cidade?
Conheço Vitória e tenho amigos que vivem na cidade. Algumas vezes já
estive na Escola da Magistratura para palestras sobre Direito de Família. Já
lancei o livro no Rio, São Paulo, Porto Alegre, Florianópolis, Recife, Belo
Horizonte e, em junho será em Brasília.Vitória não poderia ficar fora desse
projeto. O crescimento e os avanços da cidade e do Estado tem sido percebidos
em todo o país e a formação dos moradores da cidade é muito consistente.
***
SERVIÇO
Lançamento Livro “A vida não é justa”
Data: 25 de abril
Horário: 19 horas
Local: Livraria
Logos do Shopping Norte Sul (Endereço: Avenida
José Maria Vivácqua Santos, nº 400 – Jardim Camburi – Vitória – ES).
Nenhum comentário:
Postar um comentário