Um dos pioneiros do Modernismo, Manuel Bandeira nasceu no Recife (PE), em 19 de abril de 1886
Transferiu-se
aos 10 anos para o Rio de Janeiro, onde cursou o secundário no Externato do
Ginásio Nacional, hoje Colégio Pedro II, bacharelando-se em letras. Em 1903
matriculou-se na Escola Politécnica de São Paulo para fazer o curso de
engenheiro-arquiteto, mas teve de abandonar os estudos no ano seguinte, ao
contrair tuberculose. Tratou-se em estações climáticas no Brasil e em Clavadel,
na Suíça, onde morou de junho de 1913
a outubro de 1914, tendo como companheiro de sanatório o
poeta Paul Éluard. De volta ao Brasil, fixou-se no Rio.
Lançou
seu primeiro livro de poesias, A Cinza
das Horas, em 1917, e firmou-se como pioneiro do modernismo com a
obra Carnaval (1919). Seu
poema Os Sapos foi lido no
Teatro Municipal de São Paulo durante a Semana de Arte Moderna de 1922. Além de
poeta, foi professor, cronista, crítico e tradutor. Morreu no Rio de
Janeiro, em 13 de outubro de 1968, consagrado como um dos maiores poetas
brasileiros.
Abaixo, confira o poema “Arte de amar”:
ARTE DE AMAR
Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus - ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.
Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus - ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.
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