sexta-feira, 12 de abril de 2013

LICENÇA CRÔNICA: SANDRO BAHIENSE



Sandro Bahiense é professor, bibliotecário e amante das coisas que envolvam escrita. Lançou em 2008, em parceria de Ricardo Salvalaio e de mais 7 colegas poetas, a coletânia de poesias "8 Vezes Poeta", trabalho em que pôde expor um pouco de seus sentimentos e arte. Ficou conhecido entre os colegas da UFES por fazer uma crônica para cada um deles. Além de crônica e poesia, Sandro também escreve artigos de opinião, contos e máximas. Tais trabalhos podem ser vistos em seu próprio blog cujo endereço é http://sandrobahiense.blogspot.com/. Sandro trabalha também, claro, neste blog como um dos colunistas. Confira, abaixo, a crônica “A graça do humano”:

A GRAÇA DO HUMANO 

Que graça teriam os humanos se não o fossem?

A graça do humano é errar. É esperar que a outra pessoa mude. E é perceber que nada mudou. A graça do humano é saber reconhecer que errou, modificar, voltar atrás. A graça é dizer "nunca mais", mas, depois, voltar.

A graça do humano é fazer bobagem. É saber perdoar. Há graça também em que não admite seus pecados, e é, sim, graça humana pecar. A graça do humano é saber se erguer. É saber se reerguer. É admitir que precisa de ajuda.

A graça do humano é perceber que tem menos amigos que esperava. E é também saber que os poucos de verdade, são de verdade mesmo. A graça do humano é ser fresco, ou ser taxado de fresco quando não é. 

A graça do humano é ser meio louco. É ser meio são. E é ser meio tudo. A graça é esnobar o amor e correr atrás quando o outro não te quer mais. A graça do humano é lutar em seu dia a dia. É batalhar pelo pão mesmo que isso afete sua vida.

Há graça no humano que não tem tempo, mas há mais graça quando se tem. A graça do humano é saber interagir. É se pegar amando aquilo que nunca imaginou que amaria. A graça do humano é sentir falta daquilo que odiava. A graça do humano é sentir falta do passado.

A graça de ser humano é ser humano. Que bom ser inexato, inconstante, e imprevisível! Que bom é ser humano. Ser humano!

Afinal que graça teriam os humanos se não o fossem?

 


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