Lucas Albani nasceu em Vila Velha – ES. Formado em Comunicação Social
- Publicidade e Propaganda pela UFES. Possui pós-gradução em Comunicação Integrada
e Novas Mídias. O autor nos revela: “Escrevo desde 2006, já escrevi mais
poemas, hoje escrevo nessa linha meio crônica, meio prosa, meio um
estilo próprio contestador, confesso que já nem sei definir e não
gosto de me prender a nenhum protocolo. Gosto de escrever para sempre
deixar alguma mensagem, que muitas vezes não é tão clara em meio ao caos do
dia-a-dia da gente. Escrever é imortalizar a ideia, é empalhar o pensamento”.
Servidor Publico da ALES, trabalha também com consultoria em comunicação e design.
Confira, abaixo, a crônica “Tudo
é chão”:
TUDO É CHÃO
Rostos à janela se voltam para o duro contraste entre o cinza de um
asfalto castigado e o bronzeado marrom da terra batida ali presente. Olhares
ungidos de preconceito permeiam as grades inóspitas rajadas de ferrugem e ultrapassadas,
e vão ao encontro do contraste. Lá fora, brinca o menino.
Lama, poça, calor, nada importa. Para os pés descalços, tudo é chão. A
sujeira entre os dedos dos pés do menino traduz sua despreocupação. Entre ele e
sua
consciência, não há sombras. Ele só quer brincar. Tais pequeninos pés,
cheios de calos, continuarão caminhando, pulando de poça em poça, mesmo que ao
lado de alguns tropeços. Mesmo que sob o peso dos olhos que o vigiam. “Coitados!
Ficam ali o dia inteiro”, pensa o menino. Ele só quer a paz, ele só quer viver.
O menino só quer continuar a brincar.
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