Crítica
Se até pouco tempo atrás deficientes motores tinham enorme dificuldade (ainda tem não é?) em acompanhar eventos artísticos - atualmente a acessibilidade, pelo menos para cadeirantes, tem sido razoavelmente eficaz - cegos e surdos continuam tendo o total descaso das autoridades públicas e ficam, com isso, infelizmente, impossibilitados de acompanharem qualquer show ou peça. Ficavam, pois não ficarão mais, porque finalmente, essa estória começa a mudar.
Gostaria muito de dizer que essa iniciativa surgiu em terras capixabas, mas infelizmente (ainda) não é o caso. Em São Paulo e Rio de Janeiro foram abertas duas salas de teatro com a tradução simultânea de peças para surdos. É pouco? Sim, claro que é. Mas é o primeiro passo.
Foi pensando que o teatro tem de ser para todos que o Grupo Tom Brasil resolveu implantar nos espetáculos teatrais em suas casas, Vivo Rio, no Rio, e HSBC Brasil, em São Paulo, a transmissão simultânea de tradução para libras, a linguagem brasileira de sinais.
Público ávido por “ouvir” as peças por meio da gesticulação não falta. O Censo de 2010 contou mais de 9,7 milhões de brasileiros com deficiência auditiva. A novidade começa já nesta quinta (5), no espetáculo Os Suburbanos, no Vivo Rio, com Rodrigo Sant’anna e Talita Carauta.
Cinquenta surdos do Ines (Instituto Nacional de Educação de Surdos do Rio) foram convidados especialmente para o lançamento da novidade e marcarão lugar na plateia. O mesmo acontecerá com outras duas peças que serão apresentadas, na sequência, em São Paulo, no HSBC Brasil: Comício Gargalhada, no dia 20 deste mês, com Rodrigo Sant’anna, e Nóis na Fita, nos dias 21 e 22 de agosto, com Marcius Melhem e Leandro Hassum.
A transmissão em libras será feita em um telão, pelas intérpretes Rafaella Sessenta e Monica Souza, da Arte Libras. Os surdos capixabas já tem mais uma opção "turística" quando forem a São Paulo e Rio e poderão esfregar as mãos esperando que a novidade chegue logo ao Espirito Santo. O primeiro passo foi dado. Finalmente!
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