1
Em
um dos momentos conclusivos de Protesto e o novo romance brasileiro, o
brasilianista Malcolm Silverman (2000) constata que autores em atividade
produtiva à época da Revolução de 1964 em diante abandonam determinado estilo
considerado “inocente” de literatura para praticarem uma espécie de “cinismo”
literário. Dessa forma, a realidade daquele momento oscilaria entre “a foto e o
negativo”, que significa, basicamente, para a literatura, estar entre os
estilos de reportagem e de fantasia. Isso se aplica não só ao gênero romance
(ao qual Silverman se limita) como também ao conto, que ganha força no Brasil
exatamente nesse momento, já que o país passava por transformações e, em meio
às agitações políticas, a sociedade também sofria com modificações principalmente
no que diz respeito à identidade.
Assim,
romancistas já atuantes estreariam uma narrativa mais curta e densa (Autran
Dourado, José Louzeiro, Sérgio Sant’Anna, Silviano Santiago, Dalton Trevisan,
Rubem Fonseca, etc.), enquanto muitos escritores acabariam ganhando a
designação direta de “contistas”. Juntando-se aos mais novos escritores, Luiz
Fernando Valporto Tatagiba decide acompanhar de perto a realidade brasileira e,
principalmente, uma realidade vivida por moradores da cidade de Vitória.
Nascido em São José
do Calçado, Espírito Santo, no ano de 1946, o autor sai do interior do estado
para atuar nos jornais da cidade, o que mostra conformidade com a sua época (os
escritores, em sua maioria, faziam parte das redações jornalísticas dos principais
jornais do país). Dessa época, Tatagiba conseguirá extrair tanto a “foto”, como
o seu “negativo”, especialmente nos contos de O sol no céu da boca, que serão
analisados neste trabalho. Porém, o escritor possui diversas particularidades
que não só o coloca à frente da produção literária do Espírito Santo, como
também o coloca em relevo na literatura brasileira. Por isso, neste trabalho
tento explorar aspectos pouco discutidos na obra de Fernando Tatagiba
especialmente porque, de uma fonte tão rica e fértil, que é a sua pequena
produção literária, poucos foram os trabalhos que se dispuseram ao profundo da
obra. (...)
2
O
sol no céu da boca é uma obra que inaugura a Coleção Letras Capixabas (criada
pela Fundação Ceciliano Abel de Almeida) e acaba por provocar o surgimento de
um novo cenário cultural no estado do Espírito Santo. Podem-se buscar diversas
maneiras que decodifiquem o título emblemático do primeiro livro de Fernando
Tatagiba, pois nele encontramos o sol, que por vezes é símbolo da criação, da
fonte da vida ou da razão; o sol está em determinado céu que não é comum, o céu
da boca. É possível surgir da boca ditos de racionalidade articulados pela
língua que, por sua vez, se for iluminada pelos raios de sol, possuidores de
capacidade intelectiva, terá todo o poder de criar. Por outro lado, a claridade
excessiva pode cegar e o calor desmedido pode enlouquecer, enquanto a fala
desenfreada também pode ter consequências negativas. O sol tem, portanto, duas
faces, como afirma Octavio Paz (1979), pode ser vida, mas pode ser morte.
Quando se toma conhecimento de que Vitória é apelidada de “cidade-sol”,
torna-se inevitável outra provável associação, que sugere que o autor faz de
seu laboratório textual a própria capital, a ilha da criação. (...)
Tatagiba
viveu a era febril da ditadura militar (1964-1979), fazendo parte da oposição
formada por intelectuais, estudantes, artistas e líderes sindicais. Driblava a
repressão, mobilizando-se pelas ruas pouco movimentadas, na companhia de amigos
esquerdistas que também lutavam contra a censura e um capitalismo selvagem
(José Luiz Teixeira do Amaral). É comum ouvir de quem o conheceu que o escritor
sentava à beira das calçadas do centro de Vitória com sua máquina de escrever e
se dedicava a observar a gente que por ali passava todos os dias, gente de
todos os tipos, pelos quais lhe interessava apenas os mais incomuns. Em conto
homônimo ao título do livro, há um personagem que sinaliza sua morte com a
seguinte metáfora: “sinto que parto não sei para onde / talvez para o céu de
minha própria boca”, atribuindo melancolia à imaginação, que seguirá mesmo
além-vida. Portanto, pode-se dizer que O sol no céu da boca aparece com muitos
disfarces, sendo necessária uma infiltração absoluta em sua trajetória e na
descoberta de seu autor. (...)
Alguns
contos que compõem a obra em questão já estiveram presentes em concursos
literários, revistas e antologias, como “A Compaixão Segundo...” e “Inquilinos
do Vento”, que foram publicados pela Revista Ficção, no ano de 1977, e “Perplexidade”,
que está no livro Queda de braço – uma antologia do conto marginal, organizado
por
Glauco
Mattoso e Nilto Maciel, no Rio de Janeiro, também em 1977. Entretanto, além de
ainda ter sua presença marcada nas revistas Bel Contos (Belo Horizonte, 1973), SIM
– Conto, poesia e ensaio (Espírito Santo, 1975), e outras, pode-se considerar
que Tatagiba tardou a inserir-se nesse cenário literário e, principalmente, a
publicar seu primeiro livro, pois já era partícipe da comunidade literária
espírito-santense desde os anos 60 e 70 (Deneval Siqueira de Azevedo Filho).
Havia um caminho já trilhado quando do seu primeiro livro, cujo conto de
abertura, chamado “Começo de batalha”, tornava-se muito apropriado para quem
começava, então, como explica Dias Neto (2010), um momento novo.
Isso
fica claro quando nos deparamos com seus contos, pois em meio aos contrastes da
época, Tatagiba fazia uma literatura nostálgica e sofrida, condizente com a sua
concepção daquele mundo paralelo, ou seja, um mundo que se via clandestino e
que mantinha ideais de resistência através da arte em geral. No silêncio da
literatura tatagibiana, podemos ouvir os gritos de protesto:
JOÃO
A
lembrança da Vergonha
1
No princípio era a Vergonha, e a Vergonha estava com os capixabas e a Vergonha
era Vitória.
2
Agora, choram-se lágrimas de fogo, e as praças cobrem-se de pederastas e
mundanas, e os bares transformam-se em redutos de lésbicas. (TATAGIBA, 1980, p.
31, grifo do autor)
Sendo
o “mestre da história curta, ambientando seus textos em um clima de realismo
mágico, nostalgia e entusiasmo pela experimentação das possibilidades formais
do espaço gráfico” (NEVES, 2000), o escritor ganhava relevo nas atividades
literárias que ferviam principalmente na capital. Junto com ele estavam Maria
Bernadette de Lyra, Reinaldo Santos Neves, Luiz Guilherme Santos Neves, e etc.,
autores das categorias conto, crônica, romance e poesia, tal qual nosso autor
em destaque, que publicou ainda Invenção da saudade (crônicas, 1982) e Rua
(crônicas, 1986); e, postumamente, História do cinema capixaba (documentário,
1988) e Um minuto de barulho e dois poemas de amor (poesias, 1994).
(...)
O
período sombrio, que escondia o sol da cidade, modelava o tom crítico de
Fernando Tatagiba, direcionando sua obra para o questionamento: a) da busca
pela sobrevivência; b) da marginalização dos desprezados; c) da memória
perdida; d) e do comum generalizado. Vejamos alguns trechos de seu poema
intitulado “Vida/Dor/Ida”:
no ônibus
o trocador troca
pacientemente
com a gente
a sua dor
na igreja
o confessor confessa
isoladamente
que a sua dor
é também a dor da gente
(...)
na fábrica
o soldador solda
em sua mente
a sua dor
na dor da gente
na oficina
o medidor mede
provavelmente
a dor da gente
pela sua dor
no bordel
o amador ama
loucamente
a sua dor
odiando a dor da gente
(...)
na cova
o sonhador sonha
intensamente
que acabou a sua dor mas não a dor da gente!
(TATAGIBA,
1994, apud MEMELLI, 1998, p. 111, 112,113).
Serão
o ônibus, a igreja, a fábrica, a oficina, o bordel, a cova e tantos outros os
lugares frequentados pelos personagens de Tatagiba, a fim de extrair dores e
reflexões das mais profundas e, por vezes, satirizadas. Embora utilize,
constantemente, em sua prosa, figuras caricaturais e grotescas, o autor lida
com a realidade, humanizando seus personagens e injetando críticas letais à
linguagem, que acabam por deteriorar tudo o que poderia haver de comum em seus
textos. (...)
Com
uma carreira produtiva curta, em decorrência de seu falecimento prematuro,
Fernando Tatagiba conseguiu deixar marcas significativas para a literatura do
Espírito Santo, principalmente em dois aspectos: no que tange o realismo
(maravilhoso) e o aspecto formal dos textos. Além disso, constrói uma narrativa
com teor expressivo de manifestações sociais, penetrando na realidade mais
íntima da vida e, por meio da morbidez e das fantasias noturnas das ruas
capixabas, contribui para o desenvolvimento de uma literatura crítica. (...)
Quando
publica seu terceiro livro Rua (1986), Fernando Tatagiba escreve, em lugar do
prefácio, um texto crítico, intitulado “Por uma Literatura-Povo, por uma
Literatura-Rua”, que denuncia a produção capixaba feita por aqueles que são
“afastados do povo, das ruas, do cheiro muitas vezes doloroso do ser humano
comum da esquina” (TATAGIBA, 1986, p.13). Nesse sentido, podemos dizer também
que a literatura tatagibiana pode ser vista como uma crítica (ou manifesto) ao
que já havia sido feito no Espírito Santo – por Cláudio Antonio Lachini, Xerxes
Gusmão Neto e Carlos Chenier, por exemplo –, uma literatura presa às origens,
coberta pela visão saudosista e limitada a exprimir a realidade local, comum
aos escritores nacionais do século XIX e depois, reformuladas pelos modernistas
no século XX. Isso pode ter contribuído para tão pouco empenho de estudo das
obras nascidas no Espírito Santo.
Nessa
antologia de 24 contos diversificados no que diz respeito ao seu tema, composto
de “violência urbana e o horror da vida burocrática, a solidão e a miséria da
vida circense, a patética e desencontrada carência dos travestidos, o absurdo
da condição humana diante da morte (...)”, conforme sintetiza o reconhecido
escritor João Antônio já no prefácio de O sol no céu da boca, a função social
da expressão literária torna-se a principal arma de uma ansiedade que,
desesperadamente, precisa revelar sua dor, suas fraquezas. (...)
3
A
força expressiva do texto de Fernando Tatagiba tanto no processo de narrar,
quanto no aspecto gráfico faz do autor um libertário: aquele que procura uma
liberdade absoluta para manifestar sua posição social, política e ideológica.
Também a ironia é agente subversivo dessa literatura, cujo teor pós-moderno
está imbricado, cada vez mais, à medida que me aprofundo aos contos. (...)
Inserir-se
na chamada pós-modernidade (ou ainda, na modernidade tardia8, modernidade
reflexiva9, supermodernidade10, etc.) significa buscar o que não foi atingido
pela modernidade, sem um sistema de regras aparente. O jogo com paradoxos,
fazendo parte da esfera política, através da crítica e da reflexão inerentes à
narrativa, esse conjunto caracteriza a perspectiva pós-moderna e,
principalmente, é presenciado em todos os contos de Tatagiba por meio do
“ex-cêntrico”, do qual nos fala Linda Hutcheon, em A poética do pós-modernismo (1988,
p.88): ele é “inevitavelmente identificado com o centro ao qual aspira, mas que
lhe é negado”.
A
ironia participa ativamente desse processo, sendo tratada pela autora em outra
obra, Teoria e política da ironia (2000, p.27), não como “tropo retórico”, mas
como “estratégia discursiva que opera no nível da linguagem (verbal) ou da
forma (musical, visual, textual)”. Um fator parece contribuir para o
desenvolvimento da linguagem e da forma irônica vista no autor capixaba é o
contato com o jornalismo-policial, já que trabalhou como datilógrafo,
escrevendo para os principais jornais de Vitória-ES (MEMELLI, 1998). Essa
influência, da mesma maneira como foi com Lima Barreto e Dalton Trevisan,
permitiu que o tom contestatório se afinasse de tal forma que a literatura de
Tatagiba viu-se distante de tudo o que havia sido produzido no Estado. (...)
Ler
O sol no céu da boca como uma simples obra literária de personagens estranhos e
recusar-se a confrontar com as condições tantas vezes silenciadas de expressão
e exclusão, nada mais é que uma forma de ignorar o acontecimento da ironia e a
extensão que cada conto guarda e revela. É, ainda, desconhecer o prevalecimento
de um jogo literário com vistas no político, cuja criação é, por si só,
completamente viva.
4
Antoine
Compagnon (2009), ao buscar uma resposta satisfatória a respeito da função da
literatura, constata que cada vez menos se encontra um espaço para a
permanência da literatura, uma vez que os livros didáticos conseguiram
substituí-la na escola; a imprensa passou a ignorar a sua presença; o mundo
cibernético fragmenta o tempo que antes era disponibilizado para os livros.
Enfim, que seja ou não um momento necessário para reflexão acerca da escassez
de locais para ter-se literatura, a verdade é que a escola ainda é vista como o
caminho para o desenvolvimento da leitura e, estando ou não em crise, o ensino
da literatura persiste em todas as salas de aula do Brasil, para não dizer do
mundo, e o professor é o principal ator dessa cena escolar, que precisa
acostumar-se com os obstáculos para chegar até a literatura propriamente dita.
Diante
disso, torna-se necessária uma breve reflexão acerca da relevância deste
trabalho, ou melhor, de O sol no céu da boca para a atividade docente. A
literatura tatagibiana dá pistas de um tipo de orientação de vida um tanto
conturbada e, juntamente com seus aspectos gráficos diferentes, atravessa o
padrão estético do conto. Por isso mesmo, deve ser investigada e muito lida,
com orientação profissional apta para promover o contato de estudantes das mais
diversas idades, muito embora alguns conceitos filosóficos e sociológicos já
devam estar solidificados, sendo, portanto, sua leitura melhor direcionada a
turmas de 2º e 3º anos do ensino médio. Isso acontece porque o jogo com a
ambiguidade, com as diversas faces do insólito, aqui expostas, e com a ironia,
fazem dos contos de Tatagiba um arsenal complexo e ilimitado.
Expoente
da literatura produzida no Espírito Santo, Tatagiba encontrou na arte
pós-moderna uma articulação que termina por tirar as pessoas do estado
catatônico social. Tal articulação, feita através do insólito com a ironia, é
percebida com a identificação de algumas características marcantes e comentadas
ao longo desta análise. Trata-se do grotesco, estranho, incomum, maravilhoso,
fantástico, e muitos outros. Para que haja o reconhecimento dessas estruturas
literárias, é importante que se assuma, de imediato, “uma perspectiva que o
violente o menos possível. Uma perspectiva que respeite a natureza específica
de texto, qual seja, o constituir ponto de encontro entre autor e leitor”
(LAJOLO, 1993, p.53).
Tomando
por base as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) (Parecer CNE/CES nº
492/2001) que dispõe sobre as DCN de diversos cursos de graduação, entre eles o
de Letras, entende-se que o papel do professor é orientar o aluno não somente a
fim de instituir o ensino de conteúdos pragmáticos, mas ainda formar este aluno
de maneira qualitativa. Assim, é necessário que, além do ensino das modalidades
cultas de linguagem, os textos escolhidos pelo professor façam também o seu
papel de oportunizar a interpretação e o reconhecimento dos diversos sentidos.
O ensino da literatura busca por manifestações expressivas, discussões de ordem
cultural e histórica, perante determinados momentos e circunstâncias. Por isso,
encontrar em Tatagiba um alicerce para as aulas de Literatura Brasileira
Contemporânea é possível, uma vez que se trata de um autor com “estilo próprio,
que mescla inovação formal elaborada e linguagem coloquial, direta, vocabulário
simples e sintaxe descomplicada, tornando seu texto acessível e prazeroso a
diferentes leitores, desde aqueles que estão iniciando-se na literatura até aos
mais sofisticados” (MEMELLI, 1998, p. 26). Por outro lado, tem-se a
problematização da realidade, a crítica implícita no fantástico e no realismo
maravilhoso, desarranjos de espaço e de tempo, que fazem dos contos verdadeiras
pistas políticas e ideológicas.
De
fato, uma leitura superficial de O sol no céu da boca tanto de alunos, como de
professores (sim, pois o professor precisa se aprofundar e apreciar a leitura,
mas isso nem sempre acontece), seria, no mínimo, injusta. Marisa Lajolo, em
ensaio intitulado “O texto não é pretexto” (1993), explica que o texto reclama
sua contextualização e discussão de traços característicos da obra, em
determinada perspectiva. O papel do professor é, então, encaminhar esse olhar
minucioso diante de um fragmento ou de uma obra inteira:
Ler
não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido de um texto. É, a
partir de um texto, ser capaz de atribuir-lhe significação, conseguir
relacioná-lo a todos os outros textos significativos para cada um, reconhecer
nele o tipo de leitura que seu autor pretendia e, dono da própria vontade,
entregar-se a esta leitura, ou rebelar-se contra ela, propondo outra não
prevista. (LAJOLO, 1993, p.59)
Cabe
ao orientador apenas possibilitar essa “entrega” à leitura, de maneira que a
mesma seja livre, mas bem direcionada. É por causa disso também que a leitura
aqui proposta instiga o ensino da literatura produzida no Espírito Santo em
salas de aula de todo país: é necessário que haja preocupação diante da formação
de professores com determinada postura acadêmica, efetivamente humanista e
crítica. Assim, por exemplo, ao ser capaz de configurar certa semelhança do
conto tatagibiano com o romance de Rabelais, o pesquisador estará buscando
novas relações de sentido para o estudo da literatura, porque a intenção
rabelaisiana de uma “ironia produtiva que confunde os aspectos e as proporções
habituais, que faz aparecer a realidade na supra-realidade, a sabedoria na
doidice” (AUERBACH, 2004, p.246) está estritamente relacionado com a forma
irônica vista em “Inventário” e “A sombra do cão”. Então, muitos são os
subsídios encontrados em
Fernando Tatagiba para um curso de literatura, tendo sempre
em vista o aspecto complexo com que se lida:
Porque
é um fato que qualquer intenção do artista tem de abrir caminho através das
malhas de uma rede apertada; toda a obra de arte é o resultado de uma tensão
prolongada entre uma série de desejos e uma série de resistências à sua
execução – resistências que provêm de motivos inadmissíveis, preconceitos
sociais, incompreensão do público, e objetivos que já assimilaram estas
resistências ou se mantêm firmemente em oposição a elas. (HAUSER, 1982, p.47)
Essa
“rede apertada” é claramente vista nos contos aqui analisados e em todos os
outros encontrados em O sol no céu da boca, em que o elemento social é grande
pilar para as discussões que surgem ao longo da narrativa. O estudante, ao se
defrontar com tal narrativa, poderá compreender a crítica diante da atitude do
sujeito, da sua linguagem,
da
sua história e da literatura de seu povo. Somente dessa maneira a literatura
atingirá sua função primordial e livre.
(Os trechos acima foram retirados do
Trabalho de Conclusão de Curso de Sarah Vervloet Soares, intitulado “O Sol imundo e suas sombras: os contos
insólitos e irônicos em O sol no céu da boca, de Fernando Tatagiba” -
2011).
Sarah Vervloet nasceu em Vila
Velha, no Espírito Santo, em 1989. É graduada em
Letras-Português pela UFES e atualmente cursa o Mestrado em Letras/ Estudos Literários
na mesma universidade. É professora e também escreve irregularmente. Foi
contemplada em um concurso de Literatura da Secretaria de Cultura do Espírito
Santo, na categoria contista estreante e seu livro está no forno. E-mail: sarahvervloet@gmail.com e Blog:
http://chadechama.blogspot.com.br.
Estou procurando um filme que foi feito a partir deste texto. É do Roberto Rocha. Se tiver notícia, por favor me avise.
ResponderExcluirRicardo Sá