quinta-feira, 11 de abril de 2013

BANDA HADDAD (ES). ROCK PROGRESSIVO E BLUES DA MELHOR QUALIDADE.



Os irmãos Gustavo e Leandro Haddad, integrantes da banda Haddad, começaram a atuar como compositores e instrumentistas de rock a partir de 1980, tendo realizado, desde então, shows nos principais palcos capixabas, entre os quais, o Teatro Carlos Gomes, o Ginásio Dom Bosco e o Centro de Artes da UFES

História

Em 1985, os irmãos Haddad fundaram o primeiro estúdio de múltiplos canais de Vitória: o Studio Um, que mantiveram em intensa atividade até 1990, gravando demos e discos para músicos independentes e produzindo jingles publicitários.

Em 1988, gravam o LP "Gustavo Haddad", somente con músicas próprias, fortemente influenciado pelos grupos progressivos ingleses dos anos 70, em especial Pink Floyd, Camel e Supertramp.

No começo dos anos 90, a banda "Haddad" é fundada pelos irmãos Gustavo e Leandro Haddad (Teclados + voz e violao + voz, respectivamente), pelo saxofonista José "Zezito" Haddad e pelo guitarrista Paulo Pelissari. Era o começo de uma longa parceria que gerou grandes frutos.

Por ordem cronológica, temos o cd "Haddad" de 1991, o pontapé inicial nessa jornada que já dura mais de 17 anos. Apesar de contar com um baixo orçamento para a produção, esse CD guarda algumas das mais belas músicas da banda ("Canção da Palestina", "Para Gary Moore"), rock empolgantes ("Chuck rocker", "Charles fourier") e as primeiras experiências com orquestrações ("A minha história é o absurdo, baby"), que viriam a se tornar um trunfo e marca registrada da banda.

Na seqüência, temos o cd "Blues e outros bichos" e "Deuses, Anjos, Homens e Bestas", ambos de 1997. Nessa época é que se juntam a banda o baterista Eric Carvalho e o baixista Rubens Oliveira, formando, assim, a formação clássica da banda.Os dois cd’s são tidos como gêmeos, por originalmente terem sido pensados como apenas um. Entretanto, verificou-se a grande discrepância de estilo entre certas composições, ora pendendo para o blues, ora para o rock progressivo. Isso acabou por gerar a divisão nos dois discos que, embora feitos na mesma época, tinham propostas completamente diferentes.

”Blues e outros bichos” traz pérolas do blues rock como "Madness", "Camburi Blues" (música com qual a banda haddad ganhou o festival de música da UFES de 1987), "Confuso carneiro" e "I'm leaving you". Imperdível!

Seu irmão gêmeo, como já dissemos, traz uma proposta quase que oposta, focando o rock progressivo. O disco recebeu diversos elogios da comunidade do prog rock nacional e internacional até, recebendo críticas dos EUA e Itália. Vejam esta resenha publicada pela revista Meta Música: "São dez faixas onde temos um amálgama de referências Progressivas e Folk, com uma passada por fontes Psicodélicas e Espaciais em poemas existênciais-extraterrenais (...) Letras instigantes, instrumental preciso, e criativas harmonias costuradas por belas vinhetas fazem desse cd do Haddad - com suas canções/baladas de fôlego - um acontecimento a ser comemorado...". O caráter progressivo do disco iria atrair a atenção da Rock Symphony, empresa especializada em bandas de rock progressivo, que inicia a partir de DAHB uma parceria com banda, distribuindo os cds do Haddad no exterior, onde esse tipo de música tem um público mais amplo.

Dois anos depois, portanto em 1999, sai o disco "Orion", feito praticamente sozinho pelos dois irmãos Haddad, sem a ajuda de outros músicos. Orion avançou ainda mais no ambiente progressivo, com várias orquestrações e sintetizadores a la pink floyd. O disco tem uma conotação mais bucólica que os anteriores (o que de modo algum o prejudica), estando recheado de baladas ("Desobediência karmica", "Roda da história"), belas peças instrumentais ("Palácio de espelhos", "Farewell blues") e pequenas suítes ("Sweet, a folha seca", "Prelúdio do ópio"). Destaque também para o rockaço "Far From Home".

Em 2001, é lançado “Blue Notes”, uma volta as origens banda, dos tempos de "Haddad" e "Blues e outros bichos", inclusivee com a volta da formação clássica. Blues e baladas dão a tônica do disco, sempre muito bem trabalhados, com letras e arranjos inteligentes. Destaque para as faixas "Rock 'n' roll", "Lord", "Urbanóia", "Sobre os Vampiros e seus Mortos vivos", "Poesia clara", "Sonhos" e para a regravação de "In the Court of the Crimson King" do grupo de rock progressivo inglês King Crimson.

"Ars Longa vita Brevis", do latim: "arte eterna, vida breve", sexto disco da banda retoma a veia progressiva no que ficou conhecido como o melhor trabalho da banda, inclusive no que tange à produção. Sai Eric Carvalho da bateria e entra Sérgio Mello, músico amplamente reconhecido como um dos melhores bateristas do país. Nesse disco, a banda se sente livre para experimentar mais em termos de composição, o que gera um belo disco com um toque da música do Yes, Genesis e Supertramp. A Rock Symphony fez a ponte entre a banda Haddad e a distribuidora italiana Musea, que fez chegar “Ars Longa Vita brevis” a todo o continente europeu, EUA, Rússia e até mesmo oriente médio.Destaque para a faixa-título, "Redissh Bonfire", "Sierra Maestra", "San Francisco Bay", "Ismália" (inusitada "parceria" entre Leandro Haddad e Alphonsus de Guimaraens) e "Dança das Águas".

Em 2009, a banda lançou seu 7° cd, "Eros e Thanatos". Tão bom quanto os anteriores.

Abaixo, ouça, na íntegra, os discos “Ars Longa Vita brevis” e "Eros e Thanatos”:



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