Nem
ligo para os comentários que tenho lido de que lá tinha cheiro de coco de
cavalo, que tinha muita lama e blá blá blá. Os festivais avós desse foram
criados na lama, sem roupa e sem mimimi. E oras bolas, Jockey Club tem cavalo e
onde tem cavalo tem esterco. E se não gostou, não volte mais, pois quero que
sobre ingresso pra mim
Irei me ater a comentários breves sobre as bandas e
suas performances dos palcos Butantã e Jardins apenas, já que foram os que
todos tivemos mais acesso pelas transmissões do Multishow.
OF MONSTERS
AND MEN
De cara, uma banda que eu não conhecia e que também não faz meu estilo. Mais um motivo para acompanhar com calma o show deles. Achei diferente, um sonzinho gostoso. Curti a bateria de lado, o vocalista estilo gordinho do “Se Beber não Case” na versão boa praça e bom vocalista, também da outra vocalista que se entregou totalmente ao final do show se jogando ao público e, claro, a trompetista da banda. Sim, a trompetista com A. Gostoso pra ouvir no trabalho, música de fundo, mas curti.
THE TEMPER TRAP
Também
longe de ser minha praia, mas também gostei, conseguiu me cativar, vocalista
que parece aqueles caras que sempre acabam apanhando da polícia ao tentar
atravessar a fronteira do México com os Estados Unidos, sabe? Mas sem bullying
aqui, o cara é um baita cantor. Banda redonda, doce e interessante. Ouvirei
mais.
CAKE
CAKE
Antes
mesmo de postar em meu facebook “Curto bandas que se divertem no palco” eu já
tinha esse texto pronto. Sou suspeito para falar do Cake, acho diferenciado,
inusitado. Não se iluda com o violão tosco de John McCrea achando que é uma
bandinha amadora. O que mais curto no Cake é justamente não querer mostrar o
quanto são bons. Acho as linhas de baixo de Gabe Nelson super criativas e o que
dizer do monstrinho Greg Brown e suas diversas possibilidades instrumentais?
Simples, eles jogam tudo isso de lado e querem te fazer feliz de forma simples.
Tanto que o violão de McCrea foi pro espaço uma hora e ele numa educação super
tocante pediu ao público: “posso pedir humildemente para vocês não fazerem
nenhum barulho para ver se consigo afinar a viola?”. Ficou um silêncio tão
grande que até os cavalos voltaram a dormir tranqüilamente. Mandaram bem mais
uma vez.
THE FLAMING LIPS
THE FLAMING LIPS
Essa
vai doer. Me lembro quando os Lips apareceram e eu achei muito doido e curti a
piração, mas ainda era música. Na boa, que foi aquilo? Antes, mas bem antes
mesmo do show deles, Wayne Coyne já estava no palco se exibindo para as câmeras
do Multishow, se mostrando como um doido a ponto da Didi (repórter) ir lá bater
um papo com o cara. Ele foi um show de simpatia e tal, mostrou as unhas
coloridas só para o show etc, etc, e aí pensei: Vai bombar! Bombou sim, bombou
o saco de ficar ouvindo ruídos, e um cara estático com luzes de natal no corpo
segurando um bebê de borracha e ahhhhh....que saco! O pior.
DEADMAU5
DEADMAU5
Não
tem um cantor, não tem guitarra, bateria, baixo, teclado? Então, não adianta
colocar orelha de Mickey e tocar uns roquinhos que não me convence. Pulei.
THE KILLERS
THE KILLERS
Tenho
uma birrazinha mal resolvida com essa banda e estava disposto a descobrir o que
de fato acontece comigo assistindo o show dos caras de coração aberto. Nem
precisou. Sim, eles são meio fashion demais pro meu gosto, mas era tão nítido o
tesão que eles estavam em tocar e o público correspondeu tão bem, que me vi
balançando a cabeça e dizendo “ooooolha que maneiro a galera!!!”. Na minha
opinião, o melhor e mais contagiante show do festival. E nem precisavam de
tantos recursos visuais.
TOMAHAWK
TOMAHAWK
Não
conheço ninguém que viveu a música dos anos 90 que não ficaria atento ao que
Mike Patton possa estar fazendo no palco. Tomahawk é muito doido! Acho o que é
o som mais parecido com o que ele faz no Faith no More, ao menos na parte vocal
e de longe o melhor português dos gringos que já vi, Ele deve ter uma choupana
por aqui e ninguém sabe. Os efeitos toscos e doidos que ele usa as vezes são
meio over, mas que se dane! É o Mike Patton do FNM!!!!!
TWO DOOR CINEMA CLUB
TWO DOOR CINEMA CLUB
Gostei,
principalmente do estilo irlandês e de não ter essas frescurites de não beber em público. Se bem que se
eu estivesse lá recomendaria a eles não beberem tantas Heineken´s com aquele
sol de rachar. Devia estar um horror aquilo. Não deu 5 minutos de show e Alex
Trimble já estava um camarão VG! Mas gostei muito da banda no geral e acho que
eles deviam de vez adotar o batera (eles não tem baterista fixo) que além de
ser monstro tem um estilo bem diferente e é a cara deles. Só achei um pouco
repetitivo e acho que uns 3 shows seguidos deles já os abandonaria. Mas são novos
e vou acompanhar por novidades.
FRANZ FERDINAND
FRANZ FERDINAND
Sou
muito suspeito, então não vou jogar muito confete pra não dar na cara. Pra mim,
foi a apresentação mais forte e feliz deles. Digo feliz, pois de fato os caras
estavam em êxtase no palco, tocando com muito tesão e alegria. Um dos melhores
disparados.
QUEENS OF THE STONE AGE
QUEENS OF THE STONE AGE
É
o seguinte: aqui é rock and roll, bebê! Sempre muito fortes no palco, sempre
uma porrada com qualidade sonora. Um grande show, um show brutamontes tanto
quanto seu líder Josh Homme. TOP!
A PERFECT CIRCLE
A PERFECT CIRCLE
A
que mais me deu trabalho pra avaliar. Eu até iria começar a digitar coisas do
tipo: “chato”, “arrastado”, “presunçoso”, “demorado”, “fui comprar pipoca”, “e
ainda acabaram com ‘Imagine’, de Lennon”. Mas me contive. Resolvi dizer que achei
a qualidade técnica da banda muito boa, mas que é necessário uma grande
dedicação pela banda pra poder ouvir e ouvir e ouvir...
THE BLACK KEYS
THE BLACK KEYS
Sim,
eis chegada a hora do duo! Meu, um batera e um guitarrista fazendo uma sonzeira
louca e com muita qualidade!? Isso eu já sabia, mas eu queria ver o que tinha a
mais, o que poderia me deixar de queixo caído. Bem, tirando a criatividade
absurda Patrick Carney, professor de história que toca bateria e as guitarras
espetaculares de Dan Auerbach (ele não tem nenhuma mais ou menos espetacular,
todas são.) essa banda tem músicas lindas, melodias curiosas e também pop. A
voz suave de Dan em meio aquela bagunça deliciosa dos instrumentos dá uma
sensação de que estamos cantando uma música bonita numa garagem sem tratamento
acústico com uma banda punk ensaiando outra coisa ao mesmo tempo. Mas calma,
não estou criticando, é que me dá essa sensação mesmo, um cantor com voz bonita
com uma banda sentando pau . Isso é lindo, mas com o andar do show vai ficando
comum e até chega a dar aquela cansadinha. Mas nada que uma mudança no set, uma
intervenção criativa em umas passagens de música pra outra não dê um jeito.
Quem faz muito isso é o Franz Ferdinand e funciona. Mas foi TOP!
PUSCIFER
PUSCIFER
Lembra
daquela banda que dei uma detonada lá em cima? O Pucifer é do mesmo “dono” de A
Perfec Circle, só que em projetos diferentes. Puscifer, que claro, o nome já
resume um pouco, ousa mais, pega um pouco mais pesado em questões como sexo,
bebidas e rock and roll, entre outras coisas. Tanto que ele leva sua adega ao
palco e ali passam o show bebendo vinho (quente, pois tocaram de dia e devia
estar bem maus o cabernet fervendo), porém me agradou mais a proposta da
Puscifer que a Circle, vi ali uma música mais “entendível”.
Obs:
Eddie Vedder entrou no palco, pediu uma taça, bebeu, todo mundo viu e nos
deixou ainda mais ansiosos para poder ver o Pearl Jam, mas....
KAISER CHIEFS
KAISER CHIEFS
Encha
sua pint, aumente o volume: KAISER CHIEFS! Um dos melhores momentos do
festival! Showzão como se deve ser, sem nhémnhémnhém! Segundo melhor show na
minha opinião. Cheers!
THE HIVES
THE HIVES
O
que atrapalhou o Hives foi ter vindo logo depois dos Chiefs. Complicado pegar
fôlego de novo. Mas disparado o show mais divertido do Lolla! Carismáticos até
demais, às vezes até passando do ponto, mas foi incrível. Diversão pura!
Medalha de bronze.
PLANET HEMP
PLANET HEMP
Muito
bacana ver esse reencontro, mas ver Marcelo D2 nos festivais nacionais é igual
ao ver Arlindo Cruz na Globo. Aproveitei pra comprar cerveja e aguardar o Pearl
Jam.
PEARL JAM
PEARL JAM
Vou
deixar em aberto até entender o que aconteceu de em cima da hora a banda não
liberar a transmissão para a tv. Não vou julgar, mas milhares de pessoas no
próprio Lolla pediam para a banda voltar atrás e liberar a transmissão. Então
até saber o que houve, pulo.
Que venha 2014!
Que venha 2014!
(Texto de Juliano
Nogueira)
Juliano Nogueira. Publicitário
/ São Paulino sarado / Baixista do Bando de Conga / Goleiro de meia tigela /
Piloto frustrado / Pai da Julia e Luiza / Namorado da Lilian
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