sexta-feira, 10 de agosto de 2012

LICENÇA POÉTICA: YAN DURDEN


Yan Durden é escritor, membro da CONFRARIA DOS BARDOS e estudante de Letras-Português na UFES. Confira, abaixo, o poema “Vozes”:

Vozes

“Perdão! Tenha piedade...”

Sai da boca covarde.

Caso lutasse, morreria, então,

engole orgulho. Livra-se do mundo...


“Mãe! Tenho fome, mãe...”

Suspira a voz carente.

Vínculo maternal não sustenta,

nem sacia o que prende...


“Vamos! Podes! Vá conseguir!”

Grita quem tudo tem, pois

se tens nada entre tudo,

a Incapacidade é só sua...


Tais gritos alucinógenos são presentes

na esquizofrenia muda do poeta!

Palavras, ditas ao mesmo tempo,

transcritas no papel pelo onipresente:


“O poder mediúnico da escrita automática!”

O silêncio pecado não faz palavras, entre

outras, presas ao cemitério do dicionário,

Nada condiz: “O resto é túmulo...”


O papel do poeta não é só

romper com a rima, vingar

a sintaxe, ignorar a métrica:

- É também mostrar o outro lado da moeda!

Nenhum comentário:

Postar um comentário