sábado, 27 de outubro de 2012

LICENÇA CRÔNICA: ANAXIMANDRO AMORIM


Anaximandro Amorim (1978) é escritor, advogado, bacharel em Direito pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e pós-graduado em Direito pela Escola da Magistratura do Trabalho da 17ª Região (EMATRA - 17ª Região). Membro da Associação dos Professores de Francês do Estado do Espírito Santo (APFES), do Conselho Estadual de Cultura, da Academia Espírito-Santense de Letras e da Academia de Letras Humberto de Campos, de Vila Velha/ES. Confira, abaixo, a crônica “O teatro e o mundo corporativo”:

O TEATRO E O MUNDO CORPORATIVO

Olá, leitor, quanto tempo, né? Confesso que ando meio sumido daqui do blog, mesmo, mas hoje resolvi retornar com um assunto muito interessante: teatro. Quer dizer, na verdade, do que está por trás do teatro, do que ninguém vê. Dos exercícios. Estranhou? Pois é, leitor, até pra fazer teatro tem de se suar a camisa (literalmente!). E o negócio não é fácil, não. Mas, acredite, os exercícios teatrais podem (e muito!) ser uma valiosa ferramenta para o mundo corporativo. Duvida? Então, veja só.

O teatro é, antes de mais nada, um trabalho de equipe, tal como acontece nas empresas. Mesmo sozinho em cena, o ator precisa do grupo, tal como o colaborador. Um exercício interessante para estimular esse aspecto é o do cardume: põem-se os participantes para andarem em bloco, um ao lado do outro, o mais próximo possível, como se todos formassem uma coisa só, de tal arte que um participante propõe uma ação, que deve ser seguida por todos. Por exemplo, um assovio. Se um assoviar, todos devem fazê-lo também. Esse tipo de exercício faz com que o ator tenha a consciência do grupo e que o colaborador estimule o trabalho de equipe, alinhando sua participação com a dos demais.

Outro exercício interessante é o do eixo. Põe-se, ereto, um membro do grupo, rodeado pelos demais, todos com as mãos espalmadas. O participante que se encontra no meio deve, assim, deixar o corpo, hirto, cair em qualquer direção, sendo amparado pelos demais que, ao mesmo tempo, jogam o corpo do colega para uma outra, como em uma brincadeira de “joão-bobo”. Tal exercício trabalha a confiança de um membro do grupo nos demais e a responsabilidade desses para com os participantes. No mundo cênico, tal é importante para criar uma unidade de corpo nos atores; no mundo corporativo, para que o colaborador aprenda a respeitar o colega e a medir a extensão dos seus atos.

O exercício dos bastões também pode ser muito útil. Consiste em dispor os participantes em roda, colocando outro, mais uma vez, no meio. Um bastão circula dentre os que estão dispostos em roda, enquanto outro é lançado, verticalmente, para um colega qualquer, pelo membro de dentro, após estabelecimento de contato visual. Em teatro, o exercício serve para aguçar a atenção do ator para com o colega de cena e para com o que está acontecendo a seu redor. No mundo corporativo, tal pode ser interessante para trabalhar a concentração do colaborador no trabalho e também “antená-lo” no que está acontecendo a sua volta. 

Enfim: alguém disse que vida de artista não é fácil. A vida nas empresas também não. Para ser ator é necessária muita disciplina, chegar cedo aos ensaios e muito estudo ao longo da vida. Nas grandes empresas e escritórios, também. Um profissional bemsucedido, de qualquer formação, também precisa de muita disciplina, afinal, se o ator possui direção, o colaborador de uma empresa possui coordenação, gerência e mesmo direção. Além de sempre precisar se atualizar, claro. No entanto, com boas ideias e um pouco de ludicidade, pode-se ganhar muito no mundo dos negócios e, em satisfação pessoal. É aí que o teatro pode ser uma excelente ferramenta.

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