Filme que estreia sexta-feira aborda a relação entre Luiz Gonzaga e Gonzaguinha
'Gonzaga - De Pai pra Filho', de Breno Silveira, é livremente inspirado nas biografias de pai e filho
A relação entre Gonzagão e Gonzaguinha foi marcada por anos de traumas e rancores. Somente no fim da década de 1970 pai e filho se entenderam (e excursionaram juntos Brasil afora com a turnê "Vida de Viajante"). A ligação afetiva dos dois artistas, ícones da música popular brasileira, conduz o filme "Gonzaga – De Pai pra Filho", de Breno Silveira, com estreia marcada para esta sexta-feira – a menos de dois meses do centenário do Rei do Baião, a ser comemorado em 13 de dezembro deste ano.
O roteiro, assinado pelo diretor e pela jornalista Patrícia Andrade, é livremente inspirado em biografias dos dois personagens, sobretudo no livro "Gonzaguinha e Gonzagão: Uma História Brasileira", de Regina Echeverria. A obra foi publicada originalmente em 2006 e acaba de ganhar uma reedição pela LeYa, no embalo o filme e dos cem anos de Luiz Gonzaga.
O filme apresenta duas personalidades bastante distintas. Um nascido no sertão nordestino, o outro criado num morro carioca; o pai com orientação política de direita, enquanto o filho era de esquerda. Uma história de música e afeto pontuada pelos encontros e desencontros de dois homens que passaram a vida tentando se entender.
Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, o Gonzaguinha, veio ao mundo em 1945, filho da cantora, compositora e dançarina Odaleia Guedes dos Santos, com quem Gonzagão viveu um intenso e tumultuado romance. São as dúvidas quanto à paternidade da criança (uma questão que o diretor prefere deixar em aberto, no filme) que marcam o primeiro conflito entre os dois protagonistas.
O pai segue com sua vida de artista, pelas estradas do país, e deixa o menino, órfão de mãe aos dois anos, para ser criado pelos padrinhos, no Morro de São Carlos, na capital fluminense. Aos 12 anos, o garoto tenta morar com Gonzagão, mas é rejeitado pela madrasta – outro golpe que vai separar os dois.
Nanda Costa e Chambinho do Acordeon dão vida aos pais de Gonzaguinha
Gravações
Breno Silveira, cujo primeiro longa-metragem foi "2 Filhos de Francisco", de 2005, interessou-se pela história quando a produtora Marcia Braga e Maria Hernandez, idealizadora do projeto, levaram até ele fitas cassete gravadas por Gonzaguinha numa tentativa de resgatar a história do pai (e compreender a sua própria), somando um total de 15 horas de conversas entre os dois.
"Quando eu comecei a escutar, em cada fita eu percebia a emoção deles e ia me emocionando também. Fiquei impressionado ao entender que pai e filho estavam se conhecendo ali. Até que, numa das últimas fitas, o Gonzaguinha dizia: ‘Estou entrando no sertão, sertão que era do meu pai. À minha direita tem uma lua... Deve ser ele, o Velho Lua me olhando... Eu não conheci meu pai direito e, amanhã, é o enterro dele’. Fiquei emocionado e com vontade de contar essa história", diz Breno Silveira.
O filme, que levou sete anos para ficar pronto, desde a concepção do projeto até a pós-produção, é o maior filme do cineasta. Uma superprodução que apresenta o sertão nordestino e o Rio de Janeiro das primeiras décadas do século XX, com cerca de 200 atores em cena, mais de 600 figurantes e uma equipe técnica gigantesca.
No elenco do longa-metragem, destacam-se dois atores estreantes no papel de Gonzagão. O músico Chambinho do Acordeon interpreta o artista dos 27 aos 50 anos. Já o pernambucano Adélio Lima, guia do Museu Luiz Gonzaga, em Caruaru (PE), onde se apresentava caracterizado como o Rei do Baião, vive o personagem aos 70 anos.
Nanda Costa, protagonista da novela "Salve Jorge", interpreta Odaleia, a mãe de Gonzaguinha, papel do ator Júlio Andrade – que impressiona pela semelhança com o personagem real. "No primeiro dia de testes, adentrou o estúdio um cara igual ao Gonzaguinha. Com jeito arrogante, cigarro na mão, magro, barbudo, ele perguntou: ‘Posso cantar?’. Eu disse que sim, claro. Para minha surpresa, a voz , o jeito, tudo era igual ao do personagem. Achei que tinham levado um sósia para lá", conta o diretor. Luiz Gonzaga faleceu em 2 de agosto de 1989, vítima de parada cardiorrespiratória. Gonzaguinha morreu dois anos depois, num acidente de carro.
Veja o trailer do filme:
"Quando eu comecei a escutar, em cada fita eu percebia a emoção deles e ia me emocionando também. Fiquei impressionado ao entender que pai e filho estavam se conhecendo ali. Até que, numa das últimas fitas, o Gonzaguinha dizia: ‘Estou entrando no sertão, sertão que era do meu pai. À minha direita tem uma lua... Deve ser ele, o Velho Lua me olhando... Eu não conheci meu pai direito e, amanhã, é o enterro dele’. Fiquei emocionado e com vontade de contar essa história", diz Breno Silveira.
O filme, que levou sete anos para ficar pronto, desde a concepção do projeto até a pós-produção, é o maior filme do cineasta. Uma superprodução que apresenta o sertão nordestino e o Rio de Janeiro das primeiras décadas do século XX, com cerca de 200 atores em cena, mais de 600 figurantes e uma equipe técnica gigantesca.
No elenco do longa-metragem, destacam-se dois atores estreantes no papel de Gonzagão. O músico Chambinho do Acordeon interpreta o artista dos 27 aos 50 anos. Já o pernambucano Adélio Lima, guia do Museu Luiz Gonzaga, em Caruaru (PE), onde se apresentava caracterizado como o Rei do Baião, vive o personagem aos 70 anos.
Nanda Costa, protagonista da novela "Salve Jorge", interpreta Odaleia, a mãe de Gonzaguinha, papel do ator Júlio Andrade – que impressiona pela semelhança com o personagem real. "No primeiro dia de testes, adentrou o estúdio um cara igual ao Gonzaguinha. Com jeito arrogante, cigarro na mão, magro, barbudo, ele perguntou: ‘Posso cantar?’. Eu disse que sim, claro. Para minha surpresa, a voz , o jeito, tudo era igual ao do personagem. Achei que tinham levado um sósia para lá", conta o diretor. Luiz Gonzaga faleceu em 2 de agosto de 1989, vítima de parada cardiorrespiratória. Gonzaguinha morreu dois anos depois, num acidente de carro.
Veja o trailer do filme:
Fonte: Jornal O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário