CRÍTICA - FILME "LOOPER"

Pra quem curte viagens no tempo o filme é uma grande pedida!

Imagine você, jovem, ter de matar a si mesmo mais velho. Estranho né? Mas é este o ponto de perdida de "Looper" filme que está em cartaz nos cinemas capixabas há quase uma semana. O triller conta a estória dos 'loopers', assassinos que recebem vítimas do futuro e tem de executá-las. Em troca recebem barras de ouro ou prata. Como único efeito negativo tem o fato de, após 30 anos de "profissão", você tem de matar a si mesmo à título de queima de arquivo. Se não o fizer o restante do grupo o procura e o mata (eliminando os seres do presente e do futuro por tabela). Parece complicado né? Mas o filme tem o mérito de deixar todos os espectadores 100% a par da estória em 1 minuto sem precisar de didatismos infantis.

A trama começa quando o jovem Joe (Joseph Gordon-Levitt) não consegue matar o velho Joe (Bruce Willis) e os dois seguem numa perseguição desenfreada. Daí o filme tem uma sacada genial. O jovem Joe tem, ao mesmo tempo, que tentar matar o velho Joe, fugir da máfia dos loopers, e ao mesmo tempo ficar confortável com a ideia de "matar a si mesmo". Enquanto o velho Joe tenta fugir do jovem Joe e ao mesmo tempo protegê-lo da máfia senão ambos morrem. Mais uma vez: Apesar de parecer complicado, não é!

Atuações

Bruce Willis, pelo menos, foge das piadinhas sem graça e sem cabimento a qual ficou marcado nos filmes de ação. A rigor, o ator conseguiu manter a seriedade e a sobriedade a qual o papel pedia. Sem querer ser maldoso, mas já sendo, ele foi bem porque passou mais da metade do filme calado, logo não tinha como comprometer muito sua atuação.

Se Willis fez mais do mesmo, não podemos dizer o mesmo de Gordon-Levitt. A atuação do jovem ator foi impressionante. No tom o tempo todo,  Joseph surpreendeu por conseguir se parecer realmente com Bruce, tanto na aparência, quanto nos (discretíssimos) tiques ou manias.

O filme tem um menininho chamado Cid (Pierce Gagnon) que realmente dá medo. Além dele surpreenderam positivamente Paul Dano (vocês se lembrarão dele em 'Pequena Miss Sunshine') e, pasmem, Jeff Daniels, incrivelmente bem num papel. Aliás, o elenco de apoio também foi um ponto forte no filme.

Enredo

Os fãs de filme de viagem no tempo devem já ter essa informação como mantra: "Os dois eus não podem se ver ou interagir, pois afetarão todo o modo espaço campo temporal de suas vidas". Pois é. Esqueçam disso em Looper. 

O diretor Riam Johnson (foto acima) fez questão de deixar isto de lado, tendo, aliás, uma cena que os dois Joes até divagam sobre isso, jogando tal teoria (presente em 99% dos filmes de viajantes no tempo) para escanteio. Os eus do presente e futuro interagem pra caramba, tendo só uma ou outra afetação da vida futura.

Nem sei se foi exigência da produtora, mas o filme teve duas ou três cenas de tiroteio (dessa que o mocinho mata 30 vilões estando só com uma arma) que teoricamente nem seriam necessárias no filme. Apesar disso Looper manda bem em seu enredo.

Indicado para

* Quem gosta de filmes de viajantes no tempo.

* Quem gosta de filmes que os fazem ter de pensar para entender.

* Quem não está mais com saco para filmes com 100% de explosões e tiroteios.

* Quem quer ver um filme com Bruce Willis sem piadinhas infames.

Não indicado para

* Quem tem dificuldade para entender enredos mais complexos.

* Quem fica com sono com diálogos que durem mais de 5 minutos.

* Quem gosta de explosões e tiroteios o tempo todo.

* Quem é fã de filmes de viajantes no tempo e que ficará incomodado com a falta de preocupação com o fato do "dois eus não podem se ver ou interagir, pois afetarão todo o modo espaço campo temporal de suas vidas".

* Quem gosta das piadinhas infames do Bruce Willis.