sexta-feira, 12 de outubro de 2012

LICENÇA CRÔNICA: ANTONIO ROCHA NETO


Antonio Rocha Neto é economista, cronista, filósofo e membro da Academia de Letras Humberto de Campos (Vila Velha). Confira, abaixo, a crônica “Por (h)ora":

POR (H)ORA

O guarda rodoviário deu indicação para que ele parasse no acostamento. Seguiu-se então o diálogo abaixo:
- Boa tarde. Documentação do Sr. e do veículo, por favor.
- Um momento… Pronto, aqui está.
Após verificar que tudo estava regular, o guarda comenta:
- O Sr. estava conduzindo seu veículo acima da velocidade permitida, de 60 km/h. Acredito que estava a mais de 80 Km/h.
- O Sr. me desculpe, mas estou seguro de que eu estava a menos de 60 Km/h, por ora.
- Por que o Sr. falou por hora duas vezes?
- Ora, porque na velocidade hora é com H e em “por ora” sem H.
- Ora bolas, é claro! Me desculpe, era para eu ter visto na hora!
- Bom, sem querer ser deselegante, peço que cheguemos logo a uma conclusão, pois tenho um compromisso e já estou em cima da hora!
- Ora, ora. Agora o Sr. acabou se traindo e confessando que estava correndo para não perder a hora!
- Esteja certo, Seu guarda, que se estivesse, de fato, acima da velocidade admitiria na hora, pois não é do meu feitio fazer hora com a cara de ninguém!
- Bom, vamos fazer assim, Sr Anderson: desta vez vou deixar passar, pode ir embora, para não peder a hora.
- Muito agradecido Seu guarda. Eu de fato não estava correndo, pode confiar! Já que me chamou pelo nome, posso, por favor, saber o seu?
- Horácio.
- Com H ou sem H?



Nenhum comentário:

Postar um comentário