Antonio Rocha Neto é economista, cronista, filósofo e membro da
Academia de Letras Humberto de Campos (Vila Velha). Confira, abaixo, a crônica
“Por (h)ora":
POR (H)ORA
O
guarda rodoviário deu indicação para que ele parasse no acostamento. Seguiu-se
então o diálogo abaixo:
-
Boa tarde. Documentação do Sr. e do veículo, por favor.
-
Um momento… Pronto, aqui está.
Após
verificar que tudo estava regular, o guarda comenta:
-
O Sr. estava conduzindo seu veículo acima da velocidade permitida, de 60 km/h. Acredito que
estava a mais de 80 Km/h.
-
O Sr. me desculpe, mas estou seguro de que eu estava a menos de 60 Km/h, por ora.
-
Por que o Sr. falou por hora duas vezes?
-
Ora, porque na velocidade hora é com H e em “por ora” sem H.
-
Ora bolas, é claro! Me desculpe, era para eu ter visto na hora!
-
Bom, sem querer ser deselegante, peço que cheguemos logo a uma conclusão, pois
tenho um compromisso e já estou em cima da hora!
-
Ora, ora. Agora o Sr. acabou se traindo e confessando que estava correndo para
não perder a hora!
-
Esteja certo, Seu guarda, que se estivesse, de fato, acima da velocidade
admitiria na hora, pois não é do meu feitio fazer hora com a cara de ninguém!
-
Bom, vamos fazer assim, Sr Anderson: desta vez vou deixar passar, pode ir
embora, para não peder a hora.
-
Muito agradecido Seu guarda. Eu de fato não estava correndo, pode confiar! Já
que me chamou pelo nome, posso, por favor, saber o seu?
-
Horácio.
-
Com H ou sem H?
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