Psy X Latino, Léo Rodrigues X Michel Teló e, mais recentemente The Clash X One Direction. Todos estes artistas são acusados de plágio, cópia ou má versão. Estamos em 2012, milhares, talvez milhões de músicas foram criadas até hoje no mundo todo. Por isso ainda é possível alguém fazer uma música 100% original nos dias de hoje em que alguém em algum momento não diga que ela se parece com essa ou aquela outra canção? Vejamos agora.
Round 1 - The Clash X One Direction
Em "direção" à Copiolândia. Recentemente, a boy band britânica One Direction - a nova banda queridinha da música pop - foi acusada de plágio em seu novo hit 'Live While We're Young'. Segundo o site da revista inglesa especializada em música NME, vários usuários do Twitter se irritaram após descobrirem que os primeiros acordes da música são idênticos ao de Should I Stay Or Should I Go, canção mais conhecida do grupo punk The Clash, lançada em 1981. E ai: Foi plágio, influência, citação ou a boa e velha cópia? O One Direction ainda não se pronunciou sobre o caso, então, por enquanto, a gente fica com a última hipótese. Nocaute do The Clash!
Round 2 - Psy (e Cauê Moura) X Latino
Velório no apê. Adaptador assumido de sucesso internacionais Latino quis entrar na onda do sucesso do Sul-Coreano Psy e sua 'Gangnam Style' e fez uma versão singelamente batizada de 'Despedida de Solteiro'. O ex de Kelly Key foi bombardeado de críticas na internet e, irritado com as críticas, se defendeu declarando que sua música se tratava de uma reinterpretação, tal como uma divertida homenagem, e que de cópia não tinha nada. Mas o comediante Cauê Moura não acreditou em tal versão e fez a adaptação da adaptação. Como gostamos de você, caro leitor, os pouparemos da versão do Latino e só mostraremos a versão do Cauê (que ficou muito melhor). Nocaute no primeiro segundo de luta a favor de Psy/Cauê!
Round 3 - Léo Rodriguez X Michel Teló
Ah se ele te pega... Bicho pega entre Leo Rodriguez, dono do hit "Atmosfera", e Michel Teló. Em conversa com o programa "TV Fama", Leo disse estar muito chateado com o cantor de "Ai Se Eu Te Pego". Tudo porque, segundo ele, Michel regravou a música "Bara Berê", que é de sua autoria, e lançou a canção internacionalmente (o hit é um dos mais tocados na Europa atualmente). Lembrando que logo quando "Ai Se Eu Te Pego" estourou nas rádios brasileiras, Sharon Acioly, que registrou a música, e Michel Teló, que a comprou, foram acusados de plágio por 3 estudantes que diziam que eram donas do refrão. Será que Teló é um talento ou um oportunista? Como é o número 1 da Europa Teló vence a luta por pontos.
Nada se cria. Tudo se copia
Contudo não é só na música que temos acusações de cópia. Por exemplo o fotógrafo Bryan Derballa, do site Lovebryan, afirmou que o clipe do single 'We Found Love' é um plágio do trabalho da fotógrafa Sandy Kim. Segundo o fotógrafo, o vídeo de Rihanna se apropria do tema e do trabalho de Sandy Kim. 'Sandy não é a única pessoa a fotografar travesseiros e quartos bagunçados, mas no geral há uma grande influência', afirmou Bryan Derballa em seu site.
Em outro caso a coreógrafa belga Anne Teresa De Keersmaeker acusou a cantora norte-americana Beyoncé Knowles de plagiar dois dos seus espetáculos no videoclipe 'Countdown'. Johanne De Bie, porta-voz da companhia de Keersmaeker disse à uma agência francesa que 'Countdown' foi analisado e encontraram muitas semelhanças com com Rosas danst Rosas, obra que Anne Teresa coreografou em 1983 e que Thierry de Mey transformou em filme em 1997.
E como se resolvem essas pendengas?
Há casos clássicos como o do Led Zeppelin, cuja discografia está recheada de citações e "empréstimos" de compositores que influenciaram Jimmy Page e companhia – sobretudo os mestres do blues –, algo que rendeu à banda alguma dor de cabeça. Por aqui, Adriana Calcanhotto já revelou ter escrito canções após tentar "tirar" outras ao violão. Ou seja, uma música leva a outra, e semelhanças são inevitáveis.
Mestrando em contrabaixo acústico pela Campbellsville University, nos Estados Unidos, o músico Andrey Junca Gonçalves afirma que a influência se dá quando alguém segue a mesma linha estética de um artista de que gosta muito. "É um tipo de interferência positiva, pois conta com seu consentimento inconsciente. Afinal, temos a tendência de tentar reproduzir o que consideramos bom."
A referência, segundo ele, difere por ser mais voltada ao processo prático da composição, uma interferência mais consciente, em que o artista busca um norte para criar um trabalho do zero. "É uma solução muito aplicada em estúdios de gravação, mas o resultado fica muito pasteurizado."
Andrey diz ser complicado julgar a originalidade em um mundo de tantas melodias simples, com artistas compondo intuitivamente. "Basicamente, todos estão ouvindo o mesmo tipo de melodia, com a cabeça enterrada nas músicas atuais, sem se sensibilizar com o passado."
A discussão em torno do plágio é pertinente pois remete a uma noção cara a esse sistema: a da originalidade. "Quem, hoje, é capaz de julgar com segurança sobre esse quesito? Qual o sistema métrico que pode avaliar, e a partir de que medidas? Tenho escutado mashups (fusão de duas ou mais canções) mais instigantes que a maior parte das músicas de concerto e show. Se o autor do mashup não teve que escrever notinhas na pauta, sorte a dele, que tem inteligência e senso harmônico para montagens e sobreposições engenhosas", diz Rodolfo Ceasar, doutor em Música pela University of East Anglia, Inglaterra. Ou seja, plágio será uma eterna discussão.
Eles copiaram?
Raul Seixas
A canção "S.O.S." tem melodia parecida com a de "Mr. Spaceman", da banda The Byrds. O tema também coincide: Raul fala do "moço do disco-voador", e a banda americana canta para o "senhor homem do espaço". Quando diziam que Raul copiava, ele se justificava afirmando estar fazendo uma "desapropriação".
Bob Dylan
O velho bardo foi acusado de copiar em suas letras trechos da autobiografia do japonês Junichi Saga, "Confessions of a Yakuza", e de versos do poeta Henry Timrod, do século XIX.
Os Mutantes
O grupo foi criativo ao remeter a outras canções fazendo uso de paródia, pastiche e citação. Há referências a Beatles e Santana, por exemplo.
Tom Jobim
Compare "Insensatez", que ele fez com Vinicius de Moraes, com "Prelúdio Nº 4" de Frédéric Chopin. O próprio Tom assumiu não ser coincidência.
George Harrison
O ex-Beatle foi parar nos tribunais pelas semelhanças entre sua canção "My Sweet Lord", de 1971, e "He's So Fine", de 1963, hit do grupo The Chiffons. George foi condenado a pagar US$ 587 mil de indenização. Por anos, ele recorreu e sempre perdeu. Em 1981, George pagou.
Rod Stewart
O brasileiro Jorge Ben processou o inglês Rod Stewart de plágio em "Do Ya Think I'm Sexy", cujo refrão é idêntico ao da música "Taj Mahal". No fim, Stewart cedeu os lucros da canção à Unicef, como compensação.
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