Direito e poesia podem andar lado a lado. Pelo menos no livro 'Encontro do Direito com a Poesia – Crônicas e Escritos Leves' de João Baptista Herkenhoff. O escritor e juiz lança hoje o livro em Vitória. Confira horário e local lendo a matéria completa.
Por Tiago Zanolli
Escritor e juiz aposentado, João Baptista Herkenhoff lança livro nesta quarta
"Encontro do Direito com a Poesia" traz um olhar lírico sobre o cotidiano
Escritor e juiz aposentado, aos 76 anos, João Baptista Herkenhoff lança nesta quarta-feira (26), às 19h30, em Vitória, seu 45º livro: “Encontro do Direito com a Poesia – Crônicas e Escritos Leves”. Publicado pela GZ Editora, do Rio de Janeiro, reúne textos que abordam com sensibilidade os mais diversos temas do cotidiano, desde questões jurídicas ao extinto hábito de trocar cartas. Parte dos escritos já foi publicada em A GAZETA, mas o autor também traz textos inéditos. “Mesmo os já publicados ganharam uma nova forma, um novo estilo, diferente do artigo de jornal. No livro, ganham outro aspecto. Tento dar a eles um caráter mais atemporal”, afirma o autor ao C2.
A palavra poesia do título não diz respeito à forma literária, à arte poética, ela assume aqui um aspecto mais amplo, referindo-se àquilo que exprime sensibilidade e beleza, ao que é dotado de um caráter que comove e inspira. Remete à subjetividade que se contrapõe à objetividade do direito. “O direito é muito preso a uma regra, a poesia é liberdade, e o olhar do poeta é de liberdade. Como pode haver esse encontro entre a poesia e algo tão rígido e preso a normas como o direito?”, questiona.
Para responder à própria pergunta, Herkenhoff lembra-se dos anos em que trabalhou como juiz e de seus esforços para transgredir esse excesso de objetividade e formalidade em seu campo de atuação. “Nunca fui prisioneiro de filigranas jurídicas, por isso nem sempre foi muito compreendido, sobretudo nas instâncias superiores. Se o juiz é conservador, os desembargadores e ministros são ainda mais. Foi algo complicado, na época, mas não tenho nenhuma mágua e hoje vejo que foi perfeitamente natural ter sido visto daquela maneira. Fui um pouco subversivo, dando sentenças não muito conformes com o figurino.”
Memórias
Muito embora João Baptista não tenha pensado nesse livro, em momento algum, como autobiografia, vários textos têm forte caráter autobiográfico, já que o autor recorre constantemente à memória para tratar de diversos assuntos. “Em muitos aspectos, revela o autor, deixa transparecer nas páginas minha visão sobre o direito, minha própria maneira de exercer a magistratura. O livro traduz minha concepção do direito”, comenta.
Se boa parte dos livros escritos por João Baptista Herkenhoff são de caráter estritamente jurídico, voltados para estudantes, docentes e profissionais do meio, “Encontro do Direito com a Poesia” é uma obra voltada para o público em geral: “as pessoas sensíveis, as pessoas que são capazes de enxergar além do horizonte”.
Mesmo quando trata do universo jurídico, procura dar à temática um tom de leveza, anos-luz distante de tecnicismos. Se, uma vez por semana, Herkenhoff cumpre nas páginas de A GAZETA o papel de articulista, em seu livro ele aspira ao lirismo dos cronistas – não à toa traz o subtítulo “Crônicas e Escritos Leves”. “Tenho muito gosto por escrever. Estou sempre escrevendo, pensando algum livro. Isso vai trabalhando na mente, vai saindo. Às vezes de maneira um pouco desordenada (risos).”
Confira
Lançamento do livro “Encontro do Direito com a Poesia”, de João Baptista Herkenhoff
GZ Editora, 134 páginas, R$ 40
Quando: quarta-feira (26), a partir das 19h30
Onde: Óticas Paris, Rua Aleixo Neto, 1.159, Praia do Canto, Vitória
www.editoragz.com.br
A palavra poesia do título não diz respeito à forma literária, à arte poética, ela assume aqui um aspecto mais amplo, referindo-se àquilo que exprime sensibilidade e beleza, ao que é dotado de um caráter que comove e inspira. Remete à subjetividade que se contrapõe à objetividade do direito. “O direito é muito preso a uma regra, a poesia é liberdade, e o olhar do poeta é de liberdade. Como pode haver esse encontro entre a poesia e algo tão rígido e preso a normas como o direito?”, questiona.
Para responder à própria pergunta, Herkenhoff lembra-se dos anos em que trabalhou como juiz e de seus esforços para transgredir esse excesso de objetividade e formalidade em seu campo de atuação. “Nunca fui prisioneiro de filigranas jurídicas, por isso nem sempre foi muito compreendido, sobretudo nas instâncias superiores. Se o juiz é conservador, os desembargadores e ministros são ainda mais. Foi algo complicado, na época, mas não tenho nenhuma mágua e hoje vejo que foi perfeitamente natural ter sido visto daquela maneira. Fui um pouco subversivo, dando sentenças não muito conformes com o figurino.”
Memórias
Muito embora João Baptista não tenha pensado nesse livro, em momento algum, como autobiografia, vários textos têm forte caráter autobiográfico, já que o autor recorre constantemente à memória para tratar de diversos assuntos. “Em muitos aspectos, revela o autor, deixa transparecer nas páginas minha visão sobre o direito, minha própria maneira de exercer a magistratura. O livro traduz minha concepção do direito”, comenta.
Se boa parte dos livros escritos por João Baptista Herkenhoff são de caráter estritamente jurídico, voltados para estudantes, docentes e profissionais do meio, “Encontro do Direito com a Poesia” é uma obra voltada para o público em geral: “as pessoas sensíveis, as pessoas que são capazes de enxergar além do horizonte”.
Mesmo quando trata do universo jurídico, procura dar à temática um tom de leveza, anos-luz distante de tecnicismos. Se, uma vez por semana, Herkenhoff cumpre nas páginas de A GAZETA o papel de articulista, em seu livro ele aspira ao lirismo dos cronistas – não à toa traz o subtítulo “Crônicas e Escritos Leves”. “Tenho muito gosto por escrever. Estou sempre escrevendo, pensando algum livro. Isso vai trabalhando na mente, vai saindo. Às vezes de maneira um pouco desordenada (risos).”
Lançamento do livro “Encontro do Direito com a Poesia”, de João Baptista Herkenhoff
GZ Editora, 134 páginas, R$ 40
Quando: quarta-feira (26), a partir das 19h30
Onde: Óticas Paris, Rua Aleixo Neto, 1.159, Praia do Canto, Vitória
www.editoragz.com.br
Fonte: A GAZETA
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