quinta-feira, 6 de junho de 2013

CRÔNICA "AMOR PARA NÃO SOFRER", DE LUCIMAR SIMON.


Lucimar Simon nasceu em Linhares – ES em 1977. Suas influências são diversas perpassando por autores de Clássicos da Literatura Brasileira e Estrangeira. Busca ler e acompanhar a Literatura Contemporânea bem como os ditos “poetas marginais”. Seus textos compõem uma escrita simples dedicada a fatos cotidianos, memórias, experiências acadêmicas e sua vida pessoal, e podem ser conferidos em Antologias e Coleções Poéticas da Câmara Brasileira de Jovens Escritores em: “Novos Talentos do Conto Brasileiro”, “Contos de Outono”, “Livro de Ouro do Conto Brasileiro”(2009) e “Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos Nº54”, todos publicados em 2009.  Lucimar Simon é Graduado em História pela UFES. Pós Graduado em História e Literatura – Texto e Contexto pela UFES. Confira, abaixo, a crônica “Amor para não sofrer”:

AMOR PARA NÃO SOFRER

Um Amor para não sofrer... Não tinha dúvidas. Amor para não sofrer. Não tinha dúvidas. Amor para não sofrer. Um segundo, um minuto, uma hora, um dia, uma semana, um mês, um ano, um século. 5 de junho. Amor para não sofrer. Olhares, corredores, ainda está nos sentidos o perfume natural de seu corpo. Amor para não sofrer. Escolha, encolha, retrai, deseja, conversa, mão nas mãos, olhares, desejos. Amor para não sofrer. Para não deixar, para não chorar. 5 de junho. Amor para não sofrer. Ambíguo, doído, louco, ardente, suicidamente... Amor para não sofrer. Que sorriso, que olhos, que cheiro de relva verde louro cabelos acobreados perdidos esvoaçando sem ponto nem vírgula. Amor para não sofrer. Caminho sorriso, aquele lugar marcando os passos e o compasso dos corações. As mãos se entrelaçam, elas estão frias, úmidas, com anseios, receios, desejos de um... Amor para não sofrer. Os dias, as noites, as pessoas perambulam entre eles apaixonados. As juras, os soluços, os olhares entrecruzam, surge o beijo, o beijo que marca, realça, delineia, dar o sabor dos Amor para não sofrer. As moças virgens choram e tropeçam aos vossos pés. Se recolhem, desculpam-se. Enquanto um Amor para não sofrer se inicia, outro sofre por acabar.

Gentil beleza, firmeza de um... Amor para não sofrer. Outros dias, outras luas, outros astros presenciam dia após dia um... Amor para não sofrer... Esse Amor não foi feito para sofrer. Ele foi feito para lutar, tentar, saciar a sede, matar a fome, a vontade o desejo desses amantes. Esse amor é louco, é viciado, é sem dono, sem nome, sem rumo, sem prumo, sem eira nem beira, mas é um... Amor para não sofrer. É um Amor para não sofrer... Que nasce, cresce, vive, respira novos ares e vai... Vai se esvaindo na luxúria de seus donos, nos conceitos de seus pais, nos dizeres de suas bocas, nos olhares renegados, nos abraços sufocados, nos padrões moralizadores, nas condições sociais, nos intermédios culturais, nos valores das famílias, nas falas alheias, nos passados sem culpa, nos presentes sem ações e nos futuros cheios de intenções, pretensões e sonhos. Sonhos não fortalecem, não garantem, não alimentam a boca que tem fome e o espírito humano. Sonhos não mais alimentam... Amor para não sofrer.

Esse Amor para não sofrer escreveu, fez leituras, devaneou sobre a lua, o sol e as estrelas, sobre olhos, cheiros e sabores, sobre sonhos ficou... Esse Amor para não sofrer sucumbiu a apneia do sono, ao mergulho da gaivota, ao sacudir louco, desvairado do peixe fisgado no anzol. A razão tomou seu lugar, ocupando-se de refazer os pensamentos, rever os princípios. Esse Amor para não sofrer esteve contido no Rio dos Sonhos que o levou a foz... Esse Amor para não sofrer... Nasceu, cresceu, viveu, sofreu e esvaiu-se na foz do Rio dos Sonhos que cuida dos Amores para não sofrer.


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